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Façam as pazes com a natureza ou arrisquem mais guerras, diz chefe da cúpula de biodiversidade da ONU

31/05/2024 16h15

Por Jake Spring

SÃO PAULO (Reuters) - O mundo precisa fazer as pazes com a natureza ou correrá o risco de alimentar mais conflitos globais como a guerra em Gaza, disse nesta sexta-feira a presidente da próxima cúpula de biodiversidade da Organização das Nações Unidas (ONU).

A COP16 de biodiversdade na Colômbia, em outubro, está encarregada de negociar as próximas etapas para implementar o acordo histórico de Kunming-Montreal de 2022 -- comparado ao Acordo de Paris sobre mudança climática, mas para a natureza -- a fim de abordar o drástico declínio da biodiversidade em todo o mundo.

As mudanças climáticas, o desmatamento, a poluição e a destruição do habitat levaram a um declínio de 69% nas populações globais de animais selvagens desde 1970, de acordo com a organização sem fins lucrativos WWF.

A ministra do Meio Ambiente da Colômbia, Susana Muhamad, definiu suas prioridades como presidente da COP16, juntamente com um alerta se o mundo não reformar a governança global para resolver problemas como a crise climática.

"A situação atual na Palestina, onde a humanidade está observando como um povo do mundo está sendo esmagado militarmente, e não há nem mesmo a capacidade da ONU de fornecer ajuda humanitária", disse Muhamad durante um discurso para o Atlantic Council, em Washington.

"Essa situação é o que poderíamos esperar em uma falta de governança e em um mundo caótico por causa da crise climática", acrescentou.

Muhamad disse que a "guerra suicida contra a natureza" está causando o aumento dos conflitos, mas não entrou em detalhes sobre a conexão.

As instituições multilaterais não estão equipadas para lidar com desafios sem precedentes, como a mudança climática, e precisam ser reformuladas ou correm o risco de o mundo cair no domínio dos mais fortes por meio da violência, disse Muhamad.

As principais prioridades da Colômbia para a COP16 incluem uma discussão "intensa" sobre como reformar o sistema financeiro global que permitirá que os países em desenvolvimento assumam fortes compromissos ambientais sem contrair mais dívidas, disse ela.

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