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AGU consegue direito de resposta para o Exército sobre fake news no RS

Canal "Vista Pátria" divulga direito de resposta do Exército sobre fake news no RS - Reprodução/Instagram
Canal 'Vista Pátria' divulga direito de resposta do Exército sobre fake news no RS Imagem: Reprodução/Instagram
do UOL

do UOL, em Brasília

28/05/2024 19h27

A AGU (Advocacia-Geral da União) notificou um canal de notícias e conseguiu a publicação de um direito de resposta ao Exército contra uma notícia falsa que afirmava que militares estariam impedindo o resgate de pessoas no município de Canoas (RS).

O que aconteceu

AGU notificou extrajudicialmente o canal Vista Pátria no dia 17 de maio solicitando a retratação. A notificação foi feita via Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia (PNDD), órgão da AGU criado com o intuito de combater fake news envolvendo políticas públicas do governo federal.

O direito de resposta do Exército foi publicado nesta segunda-feira (27) nas redes sociais do canal.

Em relação ao vídeo divulgado por este perfil (i) na plataforma "X", no dia 5 de maio de 2024, (ii) no Youtube, no dia 5 de maio de 202; e (iii) no Instagram, no dia 6 de maio de 2024, em que se acusa o Exército de impedir o resgate de vítimas da inundação em Canoas, no Estado do Rio Grande do Sul, o Exército Brasileiro é enfático em afirmar que não se trata de seus oficiais e que em nenhum momento ocorreu impeditivos para o resgate das vítimas.
Trecho do direito de resposta do Exército publicado nas redes sociais do canal

Segundo o Exército, as imagens na verdade mostravam homens da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul fazendo barreiras de controle.

Canal já havia removido o vídeo original antes de divulgar direito de resposta. O vídeo foi postado em 5 de maio no Youtube, X, e também no Instagram do canal.

No pedido para retratação, a AGU apresentou informações enviadas pelo Exército que afirmou que em nenhum momento houve impedimento de resgate de vítimas.

Exército diz que conteúdo atenta contra a instituição. Em resposta à PNDD, a força alegou que a fake news que vinha sendo reproduzida pelo canal atentava contra "a honra, a reputação e a imagem do Exército".

O canal possui 916 mil inscritos somente no Youtube. No Instagram são 134 mil seguidores e, no X, são 56,7 mil.

AGU vê 'efeito pedagógico'

A AGU solicitou a divulgação de um texto com o direito de resposta do Exército na íntegra.

Medida faz parte de estratégia que vem sendo adotada pela PNDD de, ao invés de buscar excluir conteúdos falsos, publicar informações ou tarjas nos mesmos canais que contextualizem que determinada informação divulgada por eles é falsa.

Estratégia busca conscientizar pessoas que não buscariam informações em outros canais.

Na AGU, a avaliação é que o público de canais de internet como o Vista Brasil não iriam buscar os canais oficiais para conferir informação e que o efeito da publicação do direito de resposta seria "pedagógico".

Governo tenta reverter imagem negativa

Integrantes do governo admitem o impacto negativo das Fakes News na imagem do presidente Lula em relação às ações que estão em andamento no Sul, conforme mostrou o UOL.

Pesquisas encomendadas pela própria gestão mostram que o governo sai arranhado da tragédia. Entre os principais motivos estão as fake news espalhadas contra o governo, um entendimento de que os órgãos públicos demoraram a agir e as gafes do presidente Lula e da primeira-dama, Janja da Silva.

Exército reforça ação em números

Para tentar reforçar a atuação dos militares, o Exército divulga diariamente os números das operações em andamento no Sul.

Segundo a instituição, o Exército já salvou mais de 60 mil pessoas no Rio Grande do Sul. Números são da Operação Taquari 2, que sem sendo implementada pela força em conjunto com outras ações do poder público para resgatar e auxiliar as pessoas afetadas pelo desastre ambiental.

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