Lula reitera intenção do governo de importar 1 mi de toneladas de arroz após tragédia no RS
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou neste sábado a intenção do governo federal de importar 1 milhão de toneladas de arroz para manter a oferta interna, afetada pela tragédia climática no Rio Grande do Sul, e segurar os preços.
“Esta semana fiquei meio nervoso porque vi o preço do arroz muito caro no supermercado. No pacote de 5 quilos, no supermercado estava 36 reais, no outro (supermercado) estava 33 reais”, comentou Lula, durante evento em Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo.
“Tomamos a decisão de importar 1 milhão de toneladas de arroz para que a gente possa equilibrar o preço do arroz no país”, acrescentou.
Em 10 de maio o governo editou uma medida provisória que autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a importar, em caráter excepcional, até 1 milhão de toneladas de arroz beneficiados ou em casca.
Para facilitar a importação, no último dia 20 o comitê gestor da Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou redução a zero do imposto de importação de três tipos de arroz. Dois tipos de arroz não parbolizado e um tipo polido foram incluídos na lista de exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul. Pelas regras, o Brasil pôde mexer na tarifa sem consultar os demais membros do bloco.
Na última terça-feira, porém, a Conab suspendeu o leilão de compra de arroz importado marcado para aquele dia. A estatal não informou imediatamente a razão da suspensão da operação, que inicialmente compraria cerca de 104 mil toneladas de arroz importado por terceiros.
O Rio Grande do Sul é responsável por 70% da produção nacional de arroz, conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). A tragédia provocada pelas chuvas no Estado afetou a produção, com possíveis impactos na oferta e nos preços.
Lula participou na manhã deste sábado da inauguração de obras viárias na rodovia presidente Dutra, acompanhado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin.
(Reportagem de Fabrício de Castro)