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OPINIÃO

Tales: Julgamento do TSE mostra que Moro aprendeu a fazer política

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

22/05/2024 10h46

A decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de rejeitar por unanimidade a cassação do mandato de Sergio Moro (União Brasil-PR) revela que o senador aprendeu a fazer política, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta quarta (22).

Há uma grande influência da política nas decisões judiciais no Brasil. O resultado do julgamento está mostrando que Moro aprendeu a fazer política. Ele disse que teve apoio de governistas e da oposição, o que é verdade.

Moro convenceu os aliados do Bolsonaro de que precisava ser defendido porque, depois de condenado, os bolsonaristas como um todo estariam fracos. Vale lembrar que os bolsonaristas o haviam largado antes, mas esse raciocínio conseguiu amalgamá-los. Com isso, Moro conseguiu convencer toda a oposição no Senado de que ela se enfraqueceria ante o STF [Supremo Tribunal Federal].

A oposição, basicamente o centrão, convenceu o presidente do Senado [Rodrigo Pacheco], que começou a trabalhar dizendo que não poderia enfraquecer a Casa nessa hora, porque significará enfraquecer todos os políticos. Moro conseguiu reunir na causa dele a causa dos políticos contra o Supremo. Tales Faria, colunista do UOL

Na visão de Tales, a reunião entre Moro e o ministro do STF Gilmar Mendes foi o momento-chave para selar o destino do senador.

O ponto decisivo nesse trabalho político do Moro foi o encontro com Gilmar Mendes. O ministro mostrou que ele [Moro] havia errado e tinha que fazer política. Para Moro ser absolvido, teria que convencer seus pares, porque o problema já começa lá.

O resultado é isso. Moro aprendeu a fazer política e mostrou na entrevista coletiva que é senador. Tales Faria, colunista do UOL

Raquel Landim: Moro fez o oposto de Deltan e chance de recurso no STF é zero

Após a decisão do TSE de manter o mandato de Sergio Moro, a colunista Raquel Landim avalia que a chance de haver um possível recurso do PL e do PT é nula, com base em conversas com especilaistas em Direito Eleitoral.

O senador Sérgio Moro conseguiu salvar o seu mandato ao fazer o exato oposto do ex-deputado Deltan Dallagnol, avaliam advogados especialistas em direito eleitoral. Moro se manteve o máximo possível fora da mídia, construiu apoios dentro e fora do Judiciário e sua defesa desconstruiu dentro do processo os argumentos da acusação. A coluna conversou com quatro advogados especialistas em direito eleitoral e a avaliação é de que a chance de um eventual recurso do PL e do PT ao Supremo Tribunal Federal é zero. Raquel Landim, colunista do UOL

Caso José Dirceu: Venceu a lei, por mais dura que ela seja, diz jurista

A lei prevaleceu na decisão da Segunda Turma do STF [Supremo Tribunal Federal] de extinguir a condenação da Lava Jato contra José Dirceu por corrupção, avaliou a jurista Flávia Alessandra. Ela explicou que a idade de José Dirceu, que completou 78 anos em março, foi um fator importante levado em consideração.

Sei que para alguns vai doer, mas prevaleceu a lei, por mais dura que ela seja. No caso do Zé Dirceu, a idade dele era um dos elementos apontados para a prescrição que poderia levá-lo a uma prisão. Isso vale para qualquer pessoa. Não se analisou o mérito no caso do Dirceu. Esse resultado não diz se ele estava certou ou errado, mas que passou tempo demais e agora essas certezas já não fazem mais diferença. Flávia Alessandra, jurista

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