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Governo Lula assina acordo com big techs contra fake news sobre tragédia no RS

Vista aérea de Roca Sales, no Rio Grande do Sul, tirada em 15 de maio de 2024, após enchentes devastadoras que devastaram a região - Nelson Almeida/AFP
Vista aérea de Roca Sales, no Rio Grande do Sul, tirada em 15 de maio de 2024, após enchentes devastadoras que devastaram a região Imagem: Nelson Almeida/AFP

São Paulo

21/05/2024 13h16Atualizada em 21/05/2024 15h35

O governo federal e as principais plataformas digitais que atuam no país assinaram nesta segunda-feira (20), um protocolo de cooperação para combater fake news sobre a tragédia climática que deixou o Rio Grande do Sul em estado de calamidade pública nas últimas semanas.

O documento, assinado pela AGU (Advocacia Geral da União), representando o governo, e as empresas TikTok, Meta, Kwai, LinkedIn, Google e X (antigo Twitter) tem vigência de 90 dias, e prevê atribuições para as big techs a partir dos próprios termos de uso de cada uma.

Conforme o acordo, para garantir a integridade das informações e o combate às notícias falsas, as plataformas poderão "tomar medidas" com relação aos conteúdos publicados sobre a tragédia, conforme as especificidades dos seus produtos e serviços.

Também se espera que as plataformas disponibilizem recursos e mecanismos para facilitar o acesso dos usuários às informações oficiais sobre o Rio Grande do Sul e incluam a temática nas checagens de informação feitas pela própria plataforma.

Do lado do governo, a AGU se comprometeu a prestar informações atuais às plataformas digitais sobre os serviços públicos emergenciais, além de manter a articulação com outras instituições para cumprir o protocolo. O acordo ocorre somente em regime de cooperação, portanto exclui a transferência de qualquer recurso financeiro ou doações entre as partes.

Também ficaram acordados a realização de reuniões, inclusive técnicas, o intercâmbio de conhecimentos e atualizações sobre ações sendo desenvolvidas para cumprir o protocolo.

Há duas semanas, no último dia 10, o governo criou uma força-tarefa com as big techs para pensar em estratégias de combate à desinformação sobre a tragédia gaúcha. O grupo foi formado, além da AGU, pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência, pelo Ministério de Justiça e pela Polícia Federal.

Durante o debate ficou definido que o governo, ao identificar postagens com conteúdos falsos, acionará as plataformas para retirarem o material do ar com o prazo de 12h de resposta. A orientação não consta no acordo assinado nesta segunda-feira.

Signatário do documento, o advogado-geral da União, Jorge Messias, afirmou nesta segunda-feira que, por trás das notícias falsas sobre o Rio Grande do Sul, existe uma "estratégia de desinformação com objetivos muito claros". Segundo o advogado, seriam eles a obtenção de ganhos políticos e eleitorais e ganhos financeiros, por meio da monetização de conteúdo.

Desde que as inundações começaram no Estado gaúcho, notícias falsas têm sido veiculadas nas redes sociais a respeito dos estragos causados pelas cheias e sobre a participação do governo na região.

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