Federação uruguaia condena insultos racistas de técnico argentino
A Federação Uruguaia de Futebol (AUF) condenou "enfaticamente" nesta terça-feira (21) os insultos racistas proferidos pelo técnico argentino Ricardo Caruso Lombardi durante uma partida da primeira divisão em Montevidéu, e disse que avaliará as sanções.
"Negro de merda! Não vou embora!", gritou Caruso Lombardi ao árbitro Javier Feres, que o expulsou durante a partida em que seu time, o Miramar Misiones, perdeu por 2 a 1 para o Liverpool FC na segunda-feira, no torneio Apertura uruguaio.
"A AUF condena enfaticamente os atos e expressões de natureza racista e se solidariza com o árbitro da partida" Javier Feres, disse o presidente da AUF, Ignacio Alonso, em declarações dadas à rádio Sport 890.
Alonso acrescentou que a AUF está aberta a julgar a conduta de Caruso Lombardi "nas esferas correspondentes".
Fernando Ciarlo, membro da comissão disciplinar da AUF, destacou que de acordo com o código atual seria aplicada uma penalidade de um a cinco jogos de suspensão.
"Na próxima segunda-feira nos reuniremos formalmente para analisar esta questão, desde que chegue a denúncia de Feres", garantiu.
Caruso Lombardi, que assumiu no mês passado o cargo de técnico da Miramar Misiones, pediu desculpas na segunda-feira na rede social X.
"Peço desculpas publicamente a ele por usar palavras que não correspondem, além da irritação, sinto vergonha. Por estar com o coração a mil por hora, eu não deveria agir dessa forma", disse ele.
Entre as críticas à atitude do treinador, o grupo afro-uruguaio Atabaque considerou que "as desculpas não são relevantes" neste caso e exigiu "ações criminais exemplares".
"Chega de impunidade!", disse o grupo em um comunicado nesta terça-feira. "Pedimos que as autoridades futebolísticas competentes e o Ministério Público no âmbito criminal (...) atuem contra o infrator com a maior severidade possível".
A Associação Uruguaia de Árbitros de Futebol (Audaf) também classificou o comportamento de Caruso Lombardi de "absolutamente inaceitável" e pediu que medidas fossem tomadas contra ele "com a maior severidade possível".
ad/ol/aam/cb
© Agence France-Presse
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