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Não precisa esperar Porto Alegre secar para fazer plano, diz ministro

do UOL

Colaboração para o UOL, em São Paulo

16/05/2024 20h18Atualizada em 16/05/2024 20h24

O ministro de Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, afirmou que não é preciso esperar a cidade de Porto Alegre secar para que se apresente um plano de restabelecimento, limpeza e desobstrução de canais danificados pelas fortes chuvas e inundações das últimas semanas.

Em entrevista ao UOL News de hoje (16), Goés também disse que o nível do Guaíba baixar não significa necessariamente uma volta à normalidade nas cidades atingidas.

Não precisa esperar toda Porto Alegre secar para apresentar um plano de restabelecimento, de limpeza, de desobstrução. Se um bairro ou região da cidade já permite fazer um plano naquela região. A gente já pode ir passando os recursos rapidamente e auxiliando os municípios na limpeza também.

Pode baixar o Guaíba, mas o Guaíba baixando não significa que as cidades vão ficar já na normalidade. Se não fizer o bombeamento dessa água e não fizer, de certa forma ainda emergencial, o fechamento de comportas, as vedações, obviamente vai demorar muito o restabelecimento. Nós nos colocamos à disposição, mas essa disposição precisa desse mutirão de encontrar também equipamentos que eles [os prefeitos] podem usar. Waldez Góes, ministro de Desenvolvimento Regional

O ministro afirmou que há dificuldade das prefeituras em encontrarm equipamentos adequados para bombeamento de água.

Acertamos com os prefeitos deles fazerem os planos para o governo federal, que é recepcionado por mim a nível de defesa civil nacional, os planos para bombeamento dessas águas. Eles vão ter dificuldades, como estão tendo, de encontrar empresas e equipamentos porque não é uma coisa que está na prateleira.

Temos condições de garantir os recursos para eles [prefeitos], mas até nisso a gente está ajudando. A gente discutiu e ficou na reunião ligando para que hoje e amanhã eles possam montar esse plano de trabalho, apresentar e a gente banca. Porque essa é a recomendação do presidente Lula. Mas se não tiver o equipamento eles não vão conseguir e é necessário. Waldez Góes, ministro de Desenvolvimento Regional

'Não podemos imaginar que se transforme em solução definitiva', diz ministro sobre cidades provisórias

Waldez Góes também comentou sobre as cidades provisórias que serão construídas em Porto Alegre, Canoas, Guaíba e São Leopoldo, conforme anunciado pelo governo gaúcho.

As alternativas para resolver o problema tradicional são muitas. E por que devem ser muitas? Exatamente porque não se resolve um problema rapidamente, até porque não tem no mercado suficiente casas construídas que possam pessoas, o governo [estadual] e o próprio governo federal comprar. Todas as alternativas o presidente Lula em parceria com os governos [estadual e municipais] está buscando.

Tem que buscar todas alternativas, inclusive das [cidades] provisórias. Até porque você está falando provisória. Nós não podemos imaginar que se faça provisoriamente e se transforme em uma solução definitiva. Para a solução definitiva, precisamos buscar todas alternativas que não serão suficientes nem rápidas.

Essa alternativa [do governo Leite] é importante ser avaliada, apoiada, ser construída numa visão não definitiva, porque acho que a visão definitiva nós temos vários outros projetos que já fazem parte de uma política habitacional do governo do estado, do governo federal com o Minha Casa Minha Vida que o presidente Lula está disponibilizando. Mas consciente. Waldez Góes, ministro de Desenvolvimento Regional

Deputado: Corremos risco de ver criação de campo de refugiados climáticos

Também no UOL News, o deputado estadual Matheus Gomes (PSOL-RS) afirmou que as cidades provisórias propostas para abrigar as vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul correm o risco de se transformarem em um campo de refugiados climáticos.

O governo gaúcho planeja contratar uma empresa para construção destas cidades temporárias em Porto Alegre, Canoas, Guaíba e São Leopoldo. Objetivo é abrigar 77 mil desabrigados. Já são 151 mortos pela tragédia e mais de 800 feridos em todo estado.

Penso que as cidades provisórias estão surgindo como alternativa de forma desorganizada e isso me preocupa muito. Porque o Estado já não tinha planejamento para lidar com uma evacuação de centenas de milhares de pessoas, e agora [estão] improvisando de forma destrambelhada.

O presidente Lula apresentou uma série de políticas para lidar com o problema da moradia a curto, médio e longo prazo. Então é mais viável a gente trabalhar a partir dessa perspectiva do que correr um risco de criar um grave problema social.

A gente corre sim um grande risco aqui de ter um novo problema social na cidade de Porto Alegre: que é a criação de um campo de refugiados climáticos. O que não nos parece adequado diante de da possibilidade de dar uma moradia digna, mesmo que temporária, às pessoas que estão nessa situação. Matheus Gomes, deputado estadual (PSOL-RS)

"A gente já está perdendo um pouco da esperança", diz voluntária

Em entrevista ao programa, voluntária Adrissa Bender, moradora de São Leopoldo contou que a volta das chuvas, o frio e a falta de perspectiva de voltar para casa de forma definitiva vêm minando a esperança das pessoas que buscaram abrigo após as enchentes.

A gente já tá perdendo um pouco da esperança assim [de melhora]. Vejo pelo pessoal que tá aqui que eles foram perdendo o brilho. No começo eles pensavam que na outra semana iam voltar para suas casas, mas não é o que está acontecendo.

Abrimos as portas do abrigo sem nada. Fomos conseguindo doação cada um com o que pode. A gente não tem água também, temos luz, mas não temos água. Mais de 15 dias sem água. A gente vai se virando como a gente pode, mas está muito complicada nossa situação aqui, voltou a chover de novo. Está muito frio.

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