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Febre oropouche se espalha pelo país; entenda o que é a doença

Photoboyko/IStock
Imagem: Photoboyko/IStock
do UOL

De VivaBem, em São Paulo*

16/05/2024 11h15

Dados divulgados nesta terça-feira (14) pelo Ministério da Saúde mostram que os casos de febre oropouche estão se espalhando pelo Brasil. O país contabiliza, neste momento, 5.102 casos da doença, sendo 2.947 no Amazonas e 1.528 em Rondônia.

Os demais casos foram registrados ou estão em investigação na Bahia, Acre, Espírito Santo, Pará, Rio de Janeiro, Piauí, Roraima, Santa Catarina, Amapá, Maranhão e Paraná. Os dados foram atualizados até o dia 15 de março.

"Há algumas semanas está acontecendo um espalhamento para outras regiões do Brasil. A gente não está só naquela concentração na região Norte, que foi o primeiro momento. A gente acreditou que ia ficar concentrado, mas vimos que houve um espalhamento", alerta Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.

"Introduzimos a vigilância dessa nova doença, fizemos a construção das orientações para observação clínica. A gente não tinha nenhum manual ou protocolo para febre Oropouche. Distribuímos os testes para toda a rede Lacen [laboratórios centrais] e, por isso, estamos conseguindo captar, fazer o diagnóstico correto para essa doença. Estamos monitorando de perto e entendendo melhor essa nova arbovirose", esclarece.

A maioria dos casos de febre oropouche no país foi diagnosticada em pessoas com idade entre 20 e 29 anos. As demais faixas etárias mais afetadas pela doença são 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 10 a 19 anos.

O que é a doença?

Sintomas. A febre oropouche causa sintomas muito parecidos com os da dengue e os da chikungunya e é uma arbovirose, ou seja, é transmitida pela picada de um mosquito, o Culicoides paraense, também conhecido como maruim.

Transmissão. Os mosquitos do gênero Culex também podem ser vetores.

No ciclo selvagem, os hospedeiros são animais primatas e o bicho-preguiça, enquanto no ciclo urbano o ser humano continua sendo o principal hospedeiro.

"A transmissão do vírus ocorre pela picada do mosquito infectado, ou seja, ela ocorre onde há a presença do mosquito maruim. Não há registro de casos de transmissão de pessoa para pessoa diretamente e os sintomas são muito semelhantes aos da dengue, como dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, tontura, náusea e diarreia", diz Tatyana Amorim, diretora-presidente da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas).

O período de incubação do vírus é de quatro a oito dias, quando surgem os primeiros sinais. A manifestação dos sintomas costuma durar de cinco a sete dias, mas, segundo o alerta emitido, a recuperação total do paciente pode levar semanas.

Tratamento. O tratamento é realizado com medicamentos para tratar os sintomas e hidratação. Até o momento, não existe vacina ou um antiviral disponível para a febre oropouche.

Prevenção. As medidas de prevenção são as mesmas de outras doenças causadas por picadas de mosquitos:

  • Uso de repelentes, principalmente no início e no fim do dia;
  • Usar preferencialmente blusa de manga longa e calça comprida ao adentrar áreas de mata e beira de rios;
  • Usar telas e mosquiteiros em áreas rurais e silvestres.

Além disso, é recomendado procurar ajuda médica sempre que apresentar algum sinal de gravidade, em alguns pacientes, não todos, o caso pode evoluir com quadro de meningite ou de encefalite [inflamação do cérebro]. Então, quando o paciente tem sintomas tão intensos que não é possível controlar com medicação sintomática em casa, é preciso procurar um médico.

A eliminação dos criadouros do mosquito envolve evitar acúmulo de lixo, limpar terrenos, caixas d'água, cisternas, realizar vistorias para evitar água parada que propicie que os mosquitos depositem os ovos, entre outras.

*Com informações da Agência Brasil e de reportagem publicada em janeiro de 2024.

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