Topo
Notícias

Corte IDH condena El Salvador por três desaparecidos na guerra civil

16/05/2024 17h56

A Corte Interamericana de Direitos Humanos declarou culpado, nesta quinta-feira (16), o Estado de El Salvador pelo desaparecimento forçado de três pessoas, entre elas uma defensora de direitos humanos e seu pai, durante a guerra civil no país (1980-1992).

"El Salvador [é] responsável pelos desaparecimentos forçados de Patricia Emilie Cuéllar Sandoval [defensora de direitos humanos], [seu pai] Mauricio Cuéllar Cuéllar e Julia Orbelina Pérez [trabalhadora doméstica do pai]", assinalou a Corte IDH em um comunicado.

Emilie Cuéllar foi vista pela última vez em 28 de julho de 1982, após deixar seus filhos no jardim de infância, indicou o tribunal com sede em San José, na Costa Rica, em sua sentença.

Seu pai e a empregada foram tirados de sua casa naquela mesma noite e, desde então, seu paradeiro também é desconhecido.

"Dentro do padrão de desaparecimentos forçados cometidos durante o conflito armado interno salvadorenho, aconteceu o desaparecimento" destas três vítimas, assinalou a Corte IDH.

Emilie Cuellar era uma "colaboradora ativa" de movimentos cristãos desde 1975 e também trabalhou, entre 1979 e 1980, como secretária do Escritório de Auxílio Jurídico Cristão criado pelo sacerdote jesuíta Segundo Montes para atender vítimas de violações dos direitos humanos.

Montes foi um dos seis sacerdotes jesuítas assassinados por integrantes do Exército no campus da Universidade Centro-Americana (UCA), em 16 de novembro de 1989.

A guerra civil deixou cerca de 75.000 mortos em El Salvador, bem como aproximadamente 7.000 desaparecidos, além de danos consideráveis à economia nacional.

Como medidas de reparação, a Corte IDH determinou que El Salvador investigue o ocorrido com estas vítimas e busque seus restos mortais para que sejam identificados e entregues aos familiares.

Também ordenou aplicar "maior diligência" às investigações judiciais em curso para esclarecer os fatos e julgar os responsáveis, oferecer atenção física e mental às famílias das vítimas, e dispor de mecanismos para a não repetição deste tipo de acontecimento, entre outras medidas.

apg-ob/fj/dga/rpr/mvv

© Agence France-Presse

Notícias