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Por que ligação entre mães e filhos é tão forte? Ciência explica

A confiança é um dos elementos que fazem com que nossas relações sejam mais constantes e duradouras - iStock
A confiança é um dos elementos que fazem com que nossas relações sejam mais constantes e duradouras Imagem: iStock
do UOL

Colaboração para VivaBem

15/05/2024 14h55

Embora as ligações entre uma mãe e seu filho sejam muitas vezes indescritíveis, é possível entender esse sentimento com ajuda da neurociência.

Segundo Livia Ciacci, neurocientista do Método Supera, esse amor é a fonte mais forte de socialização do ser humano.

"Foi o amor e a emoção que estabeleceram o modo de viver da espécie humana. É a emoção central da nossa história. Sem o amor de mãe, nós não formaríamos vínculos, sem vínculos não formaríamos os sistemas sociais, sem estes não haveria colaboração genuína. O amor materno é o 'adesivo' biológico da nossa sociedade", detalha a neurocientista.

Confiança e química deixam relações duradouras

Boa parte das espécies vivas manifestam zelo por seus filhotes, mas apenas os humanos se permitem relações que envolvem fragilidade, o que estabelece confiança.

O vínculo da confiança e todos os opiáceos e endorfinas liberados no corpo humano, causando prazer e relaxamento, fazem com que nossas relações sejam mais constantes e duradouras.

O que chamamos de amor decorre do fortalecimento dos vínculos, junto com o desenvolvimento mais complexo do cérebro e sistema límbico (aquele das emoções) e a cultura de convivência social.

Relação começa na gravidez

Durante a gestação, a placenta liga a mãe ao feto, permitindo que os nutrientes percorram entre ela e o bebê. O órgão é construído a partir de células de ambos, e essas células podem migrar, multiplicando-se por anos de um corpo em outro.

Por essa razão, estima-se que 50% das mães tenham células de seus filhos dentro delas —na maioria das vezes, inseridas em sua pele e em órgãos como pulmões, fígado e rins. As células de uma mãe também podem acabar em seu filho, mas em menor número.

Além disso, bebês, mesmo dentro da barriga de suas mães, já conhecem sua voz, registrando, habituando-se e se afeiçoando à fala delas. Faz sentido, uma vez que os mecanismos neurológicos necessários para a audição são desenvolvidos por volta das 30 semanas após a concepção.

Depois do nascimento vem o toque

Adotar uma prática apelidada de canguru, quando a mãe segura o filho recém-nascido (muitas vezes prematuro) perto do seu peito, por algumas horas por dia, traz benefícios para saúde física e emocional do recém-nascido.

Esse abraço ajuda o neném a estabelecer um maior vínculo afetivo, a ganhar peso mais rápido, ser mais resistente a infecções e hipotermia e sentir menos dor durante procedimentos desconfortáveis, se comparado com o método de deixar o prematuro em incubadora.

Ainda não se sabe como o contato proporciona esses benefícios, mas eles ocorrem quando o bebê está nu e fica diretamente contra a pele nua da mãe.

*Com informações de reportagem publicada em 08/05/2022 e 13/05/2018

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