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Jornalista Zamora recebe liberdade condicional na Guatemala

15/05/2024 15h13

O Tribunal Criminal da Guatemala concedeu, nesta quarta-feira (15), liberdade condicional ao jornalista José Rubén Zamora, crítico anticorrupção e preso desde 2022, por lavagem de dinheiro em um julgamento polêmico.  

"Por unanimidade, (o tribunal) define que deve-se conceder as medidas substitutivas (prisão domiciliar) ao senhor José Rubén Zamora", disse, ao ler o veredicto, a presidente do nono Tribunal Criminal, Verónica Ruiz.  

Zamora, de 67 anos, é o fundador do extinto jornal El Periódico. Ele defende sua inocência e afirma que a acusação foi uma retaliação por suas publicações sobre corrupção no governo do então presidente de direita Alejandro Giammattei (2020-2024). 

A prestigiosa Fundação Gabo da Colômbia anunciou na terça-feira que lhe concederá o Prêmio Gabo 2024 em reconhecimento à excelência, "em virtude de suas mais de três décadas de trabalho profissional tenaz e corajoso". 

Ao concordar com a liberdade provisória, os três juízes que compuseram o tribunal na capital consideraram que não há perigo de fuga de Zamora, nem que ele possa obstruir a investigação e o processo criminal contra ele. 

Entretanto, o empresário não poderá deixar a prisão onde está detido, um quartel militar na Cidade da Guatemala, até que outro caso contra ele por obstrução da Justiça seja resolvido. 

A promotoria tentou suspender a audiência, contestando a suposta parcialidade de dois magistrados, mas Ruiz abriu a audiência, argumentando que não deveria haver "mais atrasos" no processo. 

"Duvidamos da administração da Justiça e da imparcialidade e objetividade com que o tribunal poderia decidir", disse o chefe da Promotoria Especial contra a Impunidade, o polêmico promotor Rafael Curruchiche, que foi sancionado pelos Estados Unidos.

Zamora foi condenado a seis anos de prisão por lavagem de dinheiro em 14 de junho de 2023 em um julgamento controverso criticado pela comunidade internacional, mas foi absolvido das acusações de tráfico de influência e extorsão.

A sentença foi anulada quatro meses depois por um tribunal de recursos, que ordenou um novo julgamento. No entanto, ainda não foi definida uma data devido a recursos pendentes.

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© Agence France-Presse

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