Topo
Notícias

Deputados arquivam pedido para cassar Da Cunha, suspeito de agredir esposa

Deputado Delegado da Cunha (PP-SP) durante sessão na Câmara - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados - 3.out.2023
Deputado Delegado da Cunha (PP-SP) durante sessão na Câmara Imagem: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados - 3.out.2023
do UOL

Do UOL, em São Paulo

15/05/2024 12h51Atualizada em 15/05/2024 15h00

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou uma representação nesta quarta (15) pedindo a cassação do mandato do deputado federal Delegado Da Cunha (PP-SP), suspeito de bater na mulher.

O que aconteceu

Por 13 votos a cinco, o Conselho arquivou a representação, que pedia a cassação de Cunha. "Declaro o parecer preliminar pelo arquivamento da representação, recomendando censura verbal", afirmou o presidente do Conselho, deputado Leur Lomanto Junior (União-BA).

O relatório recomendando o arquivamento foi do deputado José Albuquerque (Republicanos-RR). Ele afirmou que Da Cunha merecia apenas uma censura porque a Justiça ainda não decidiu se o parlamentar de fato é culpado. Para o parlamentar, acatar o pedido para cassar Da Cunha poderia representar "um ato absurdo".

Da Cunha agradeceu o relator e os deputados que o defenderam durante a sessão.

Quem vai apurar é a polícia, quem vai julgar é a Justiça.
Deputado Albuquerque, relator

Agradeço a todos! O Brasil todo tem a palavra deste deputado de que vou me pautar pelo exemplo, retidão e me desviar de qualquer problema.
Deputado Delegado da Cunha

delegado da cunha (PP-SP) e sua ex-copanheira betina  - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados - 3.out.2023 e Reprodução/Instagram - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados - 3.out.2023 e Reprodução/Instagram
Delegado Da Cunha (PP-SP) e sua ex-companheira Betina Grusiecki, que o acusa de agredi-la
Imagem: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados - 3.out.2023 e Reprodução/Instagram

A acusação

O deputado federal Carlos Alberto da Cunha é acusado de agredir e ofender a ex-companheira Betina Raísa Grusiecki Marques, 28. Um boletim de ocorrência foi registrado em outubro de 2023 na Delegacia de Defesa da Mulher, em Santos (litoral de São Paulo).

Segundo relatos de Betina à Polícia Civil, as agressões aconteceram no apartamento em um condomínio em Santos. A mulher disse que da Cunha consumiu bebida alcóolica e depois passou a discutir com ela.

Betina acrescentou que o parlamentar atacou sua honra, chamando-a de "putinha" e "lixo". Sempre segundo a versão apresentada pela mulher à polícia, depois de ofendê-la, ele bateu a cabeça dela na parede e apertou seu pescoço, até a vítima desmaiar. Quando ela acordou, jogou um secador de cabelos na cabeça de Da Cunha.

Ainda de acordo com Betina, o parlamentar então bateu a cabeça dela de novo na parede e ameaçou. "Vou encher de tiros a sua cabeça, vou te matar e matar a sua mãe."

Betina afirmou aos policiais civis que o deputado federal quebrou os óculos dela e jogou cloro em suas roupas. Disse ainda aos agentes que o deputado Da Cunha já chegou a agredir também a ex-mulher dele. O boletim de ocorrência foi registrado pelo delegado Otavio Augusto Carvalho e escrivão Maurício Costa Ferreira.

Um inquérito foi aberto para apurar o caso. O parlamentar agora é investigado por lesão corporal e violência doméstica. Betina não apresentou testemunhas sobre os fatos narrados na delegacia. Ela foi orientada a procurar o Centro de Referência de Assistência Social de Santos.

O que diz o deputado

Da Cunha disse à coluna do Josmar Jozino que não agrediu a mulher. Afirmou que ela é lutadora de muay thai e que ele ficou machucado e teve ferimentos no supercílio, além do olho roxo.

Segundo o parlamentar, a mulher não sofreu nenhuma lesão. O deputado alegou que foi ele quem chamou a Polícia Militar e que a mulher não quis nem sequer fazer ocorrência. Porém, depois, ela procurou a delegacia.

Da Cunha acrescentou que os filhos viram ele ser agredido e até ficaram com manchas de sangue. O parlamentar declarou também que o casamento não estava bem e que um novo boletim de ocorrência foi registrado, no qual ele aparece como vítima.

O B.O. foi registrado na 2ª DDM (Delegacia da Defesa da Mulher), na zona sul de São Paulo. Segundo o relato dele à polícia, quando retornaram para o apartamento, Betina entrou enfurecida na suíte do casal porque ele queria comemorar o aniversário com os filhos. No B.O. consta que a mulher o provocou e o empurrou . Da Cunha acrescentou que segurou o pescoço dela sem apertar, para se defender, e que ela simulou um desmaio. Depois se levantou e o golpeou com o secador de cabelos, ferindo-o no supercílio esquerdo.

O parlamentar negou ter proferido ameaças e também as agressões. E finalizou dizendo que passou por atendimento médico na Sociedade Beneficência Portuguesa de Santos, onde levou dois pontos no supercílio.

Notícias