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Shein e Mercado Livre: estrangeiras ganham espaço no Brasil, diz banco

rupixen.com/ Unsplash
Imagem: rupixen.com/ Unsplash
do UOL

Alexandre Garcia

Colaboração para o UOL, de São Paulo

24/04/2024 04h00

A atratividade e o avanço das redes de comércio eletrônico estrangeiras no Brasil devem persistir nos próximos anos. Tal expansão é vista como determinante para a recente desaceleração das plataformas nacionais de e-commerce e ainda deve atingir o crescimento do setor. A análise faz parte de um levantamento divulgado pelo banco BTG Pactual.

O que diz o relatório?

O banco prevê um crescimento mais lento dos marketplaces nacionais. O setor deve cresce 16% ao ano até 2027. A estimativa, que não inclui as lojas internacionais, é inferior ao crescimento de 20% apurado entre os anos de 2015 e 2019. O desempenho superou em 9% as projeções pré-pandemia. Em 2021, o avanço do segmento foi de 29%.Esse é um ritmo bem menor dos 20% de crescimento entre 2015 e 2019.

Empresas terão mais dificuldades. Com base nos desempenhos recentes de Magazine Luiza, e Casas Bahia, o estudo avalia que as empresas devem enfrentar um dilema entre crescimento e rentabilidade ao longo dos próximos anos. A avaliação prevê redução das vendas, do faturamento e dos lucros até 2027.

As perspectivas para Magazine Luiza e Casas Bahia estão mais pessimistas. O BTG cortou suas estimativas de lucro e ebitda, uma medida de rentabilidade, para os próximos quatro anos das duas empresas.

O levantamento observa ainda uma "vantagem competitiva" das estrangeiras Shein e Shopee. Segundo o BTG, a análise considera o desenvolvimento de plataformas de pagamento e a estrutura logística especializada das redes. Existe também a expectativa de que a chinesa Temu expanda sua operação no Brasil.

Asiáticas, como Shein e Shopee, estão cada vez mais adaptadas ao mercado local, diz o banco. Shein pode ter faturado R$ 15 bilhões em 2023, mais que o dobro dos R$ 7 bilhões estimados para o ano anterior. Já a Shopee, com um leque de produtos mais amplo, teve faturamento de R$ 20 bilhões no ano passado, estima o BTG.

Depois de uma abordagem mais agressiva durante a pandemia, as empresas presentes no comércio eletrônico adotaram estratégias mais racionais, para preservar a margem e aumentar suas taxas de aquisição, afastando-se de uma mentalidade de crescimento acima de tudo.
Banco BTG Pactual

O banco reforça ainda que o processo de queda dos juros pode beneficiar o Magazine Luiza. Segundo o relatório, a gigante dona de 1.400 lojas espalhadas pelo Brasil tende ser um dos principais beneficiários da taxa Selic, atualmente em 10,75% ao ano após um ciclo de seis quedas consecutivas.

O enfraquecimento do mercado de eletrônicos e eletrodomésticos é citado como entrave para as Casas Bahia. Conforme o BTG, a rede que emprega mais de 47 mil funcionários tende a sofrer com os altos custos de financiamento e incertezas futuras.

Em 2024, o banco estima que o Mercado Livre domine 46,9% do comércio eletrônico do Brasil - Magalu ficará com 16,7% e Casas Bahia, com 6,4%. Já em 2027, o Meli deve dominar mais de metade - 50,4% - do mercado, enquanto Magalu ficará com 16,5% e Casas Bahia, com 5,3%.

A análise traz ainda avaliação positiva sobre o desemprenho recente do Mercado Livre. O estudo cita o marketplace como a melhor escolha para o comércio eletrônico e de meios de pagamentos na América Latina.

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