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Líder da extrema direita alemã é investigado por suspeita de financiamento russo e chinês

24/04/2024 17h39

A Justiça alemã anunciou, nesta quarta-feira (24), a abertura de duas investigações por suspeita de financiamento russo e chinês para o eurodeputado Maximilian Krah, líder da extrema direita alemã (AfD) nas próximas eleições europeias.

O Ministério Público de Dresden, responsável pelas investigações preliminares, informou que vai verificar se o eurodeputado é culpado de corrupção.

Um assistente de Krah no Parlamento Europeu, identificado como Jian G., foi preso ontem, acusado de ser um agente chinês, o que aumentou os temores de espionagem antes das eleições de junho. O chefe de governo alemão, Olaf Scholz, disse que a acusação contra o assistente é preocupante.

O caso representa um novo golpe para o AfD, partido antieuropeu e antiimigração, que está em segundo lugar, atrás dos conservadores, nas pesquisas, mas cuja popularidade é abalada por polêmicas.

A imprensa alemã revelou na semana passada que Krah foi interrogado pelo FBI durante uma viagem aos Estados Unidos em dezembro sobre pagamentos recebidos de um ativista pró-Rússia.

O eurodeputado também está há semanas no foco devido à sua relação com a suposta rede de propaganda russa Voz da Europa, sancionada pelo governo tcheco no fim de março. Krah admitiu que apareceu duas vezes na Voz da Europa, mas negou ter recebido para isso.

O AfD "está mergulhado no caos", disse o líder social-democrata Dirk Wiese, em entrevista ao jornal alemão Rheinische Post. Já o líder do grupo parlamentar do AfD, Bernd Baumann, afirmou que as acusações de espionagem para a China têm motivação política e as atribuiu a uma "campanha eleitoral suja".

Os escândalos representam uma ameaça ao impulso do AfD nas eleições europeias e nas três eleições regionais que acontecerão em setembro no leste da Alemanha. "O partido é incapaz de passar à ofensiva neste momento", estimou Wolfgang Schroeder, professor de ciência política na Universidade de Kassel.

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© Agence France-Presse

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