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Salman Rushdie lança livro sobre atentado sofrido em 2022 e é destaque na imprensa francesa

20/04/2024 06h18

As revistas francesas destacam, esta semana, a publicação do novo livro de Salman Rushdie. Em 12 de agosto de 2022, o escritor sofreu uma tentativa de assassinato enquanto palestrava em uma conferência nos Estados Unidos. O autor de "Versos Satânicos", que, por conta do livro, foi condenado à morte pelo Irã há mais de 30 anos, lança agora "Faca", um livro em que detalha o ataque sofrido.

A revista Le Nouvel Obs traz uma foto de Rushdie na capa, com a mão no queixo e óculos com uma das lentes escuras, escondendo um dos olhos, atingido durante o ataque. A publicação traz ainda trechos do livro, escrito em primeira pessoa, em que o escritor narra de forma minuciosa as agressões que duraram 27 segundos, e os procedimentos pelos quais teve de passar depois.

"Eu recebi muitos golpes, no pescoço, no peito, no olho, por toda a parte. Senti minhas pernas cedendo e desmoronei", escreve.

Mesmo 32 anos depois da condenação à morte proferida pelo aiatolá Khomeini, Rushdie conta no livro, em trecho reproduzido pelo semanário, que já imaginou algumas vezes que seu assassino surgiria do meio de uma plateia e que correria na sua direção exatamente como aconteceu naquele dia. Assim, quando viu uma figura toda vestida de preto e com uma máscara se precipitar na direção dele, pensou: "Então é você".

Já a revista Le Point traz uma reportagem com o escritor e detalha, em uma entrevista em formato ping-pong, o processo de preparação do livro "Faca", a sequência de internações hospitalares, o medo de perder a visão e até mesmo uma conversa imaginária do autor com o homem que tentou matá-lo.  Por fim, Rushdie afirma que a sua "faca é a linguagem".

"A linguagem é uma faca. Uma faca que pode partir o mundo em dois, revelar significados, mecanismos internos, segredos e verdades. Ela pode denunciar a estupidez, abrir nossos olhos, criar a beleza..."

De acordo com a publicação, Rushdie prepara, junto com a esposa Eliza Griffthis, que é poetisa e romancista, um documentário em que detalha todo o processo após o atentado. Para ele, o fato foi importante demais para não ser documentado. 

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