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Membros do FMI se concentraram em enfrentar desafios da dívida em países de baixa renda

19/04/2024 20h27

WASHINGTON (Reuters) - Participantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) concordaram nesta semana sobre a importância de abordar os desafios dos países de baixa renda, muitos dos quais estão enfrentando cargas de dívidas insustentáveis, disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, nesta sexta-feira.

Vários relatórios do FMI e do Banco Mundial nesta semana dispararam o alarme sobre a evolução econômica e as perspectivas dos países em desenvolvimento de baixa renda, que ainda estão lutando contra as consequências da pandemia da Covid-19 e outros choques.

O FMI reduziu sua previsão de crescimento para 2024 para os países de baixa renda como um grupo para 4,7%, em comparação com uma estimativa de 4,9% em janeiro. Em relatório separado, o Banco Mundial disse que metade dos 75 países mais pobres do mundo estava passando por um aumento da diferença de renda com as economias mais ricas pela primeira vez neste século, em uma reversão histórica do desenvolvimento.

Georgieva disse que a entidade estava trabalhando para reforçar sua capacidade de apoiar os países de baixa renda mais atingidos pelos recentes choques, inclusive por meio de aumento de 50% na cota de participação e do acréscimo de recursos ao Fundo para Redução da Pobreza e Crescimento.

Georgieva e o ministro das Finanças da Arábia Saudita, Mohammmed Al-Jadaan, que preside o comitê diretor do FMI, disseram que as reformas adotadas pela entidade nesta semana visam tornar o processo de reestruturação da dívida mais rápido e suave.

Ela afirmou ainda que os altos níveis de endividamento representam um enorme ônus para os países de baixa renda. Muitos países da África Subsaariana, por exemplo, estão agora enfrentando pagamentos do serviço da dívida de 12% em média, em comparação com 5% há uma década. As altas taxas de juros nas economias avançadas atraíram investimentos e aumentaram o custo dos empréstimos.

"O que é desolador é que em alguns países os pagamentos da dívida chegam a 20% da receita", disse Georgieva, acrescentando que isso significa que esses países têm muito menos recursos para investir em educação, saúde, infraestrutura e empregos.

Os países afetados precisavam aumentar suas receitas domésticas por meio do aumento de impostos, continuando a combater a inflação, reduzindo os gastos e desenvolvendo os mercados de capitais locais, disse ela.

A economista búlgara disse que é vital que esses países se tornem mais atraentes para os investidores e afirmou que o FMI vai ajudá-los a fazer isso.

(Por Andrea Shalal)

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