Indianos vão às urnas em eleição nacional centrada em empregos, orgulho hindu e Modi
Por Krishn Kaushik e Praveen Paramasivam e YP Rajesh
KAIRANA/CHENNAI, Índia (Reuters) - Um número substancial de indianos foi às urnas nesta sexta-feira na primeira fase da maior eleição do mundo, de acordo com autoridades, na qual o primeiro-ministro Narendra Modi busca um terceiro mandato histórico com base em questões como crescimento econômico, bem-estar e nacionalismo hindu.
O pleito coloca o Partido Bharatiya Janata (PBJ), de Modi, contra uma aliança de duas dúzias de partidos de oposição que prometem maior ação afirmativa e mais ajuda, ao mesmo tempo em que enfatizam o que chamam de necessidade de salvar as instituições democráticas.
Três horas antes do fechamento das urnas, os números da Comissão Eleitoral mostraram que o comparecimento dos eleitores variou entre 40% no extenso Estado de Bihar, no norte do país, e 68% no pequeno Estado de Tripura, no nordeste.
"Os eleitores demonstram grande entusiasmo à medida que a votação atinge a metade do caminho", postou um porta-voz do painel eleitoral no X. "Foi registrada uma participação substancial dos eleitores."
A primeira de sete fases, a votação desta sexta-feira abrangeu 166 milhões de eleitores em 102 distritos eleitorais em 21 Estados e territórios, de Tamil Nadu, no sul, a Arunachal Pradesh, na fronteira do Himalaia com a China.
Quase um bilhão de pessoas no país mais populoso do mundo estão aptas a votar na eleição, que vai até 1º de junho, com os resultados previstos para 4 de junho.
"Modi voltará ao poder porque, além do impulso religioso, seu outro trabalho, em áreas como segurança e proteção, é bom", disse Abdul Sattar, de 32 anos, um eleitor muçulmano da cidade de Kairana, no Estado de Uttar Pradesh.
As pesquisas sugerem que o PBJ conquistará facilmente a maioria, embora os eleitores se preocupem com o desemprego, a inflação e as dificuldades rurais na economia de crescimento mais rápido do mundo.
Os críticos acusam o governo e o partido de Modi de mirar os 200 milhões de muçulmanos minoritários da Índia para agradar sua base hindu - acusações que ambos negam.
Modi pretende conquistar 370 das 543 cadeiras do Parlamento, ante 303 em 2019, na esperança de obter uma maioria de dois terços que alguns analistas e membros da oposição temem que possa permitir que seu partido promova mudanças constitucionais de longo alcance.
A campanha do PBJ se concentra na garantia de Modi de cumprir as promessas feitas aos eleitores.
"Esta eleição não é apenas para escolher um membro do Parlamento", disse Modi nesta sexta-feira. "É uma eleição para garantir o futuro das gerações que virão depois de vocês."
A Índia precisava de um governo "forte" em um momento em que "nuvens de guerra pairam sobre o mundo", acrescentou.
A vitória de Modi o tornaria apenas o segundo primeiro-ministro indiano a ser eleito três vezes consecutivas, depois do líder pós-independência Jawaharlal Nehru.