Dois candidatos a prefeito assassinados no norte e no sul do México
Dois candidatos a prefeituras no México, um em uma cidade do norte e outro em uma comunidade do sul, foram assassinados na sexta-feira (19) em meio a uma onda de violência eleitoral que assola o país rumo às eleições gerais de 2 de junho, informaram autoridades.
Noé Ramos, que buscava a reeleição como prefeito do município de Mante, no estado de Tamaulipas (nordeste), foi morto a facadas enquanto estava reunido com apoiadores, segundo a Promotoria estadual.
A entidade indicou que as primeiras investigações apontam para um único agressor.
Segundo a imprensa local, Ramos, que concorria por uma coalizão de centro-direita, caminhava pelas ruas para conversar com moradores quando um homem se aproximou e o atacou com uma faca.
O segundo político assassinado no dia foi Alberto Antonio García, candidato do partido governista Morena para a prefeitura de San José Independencia, em Oaxaca (sul), informou em comunicado a Promotoria do estado.
García e sua esposa, Agar Cancino, atual prefeita da cidade, haviam sido reportados como desaparecidos desde quarta-feira, detalhou o órgão.
As autoridades haviam iniciado a busca, embora Cancino tenha sido encontrada viva na sexta-feira em uma ilha conhecida como Cerro Arena. García, por outro lado, foi encontrado morto, indicou a Promotoria.
Desde 23 de setembro, quando começou o processo para as eleições gerais de junho, 15 candidatos a cargos regionais foram assassinados, informou a consultoria Integralia antes dos crimes de Ramos e García.
Há anos, a espiral de violência ligada ao crime organizado afeta políticos de diversos partidos, sobretudo aqueles que ocupam ou disputam cargos regionais. Os motivos vão desde tentativas das máfias de submeter os candidatos até disputas de poder entre grupos políticos.
Em 3 de abril, em um ataque similar, foi assassinada a tiros ao terminar seu primeiro comício Gisela Gaytán, que buscava ser prefeita de Celaya, no estado de Guanajuato, pelo Morena. Seu corpo ficou caído ao lado de apoiadores.
Desde dezembro de 2006, quando o governo federal lançou uma ofensiva militar antidrogas polêmica, foram contabilizados mais de 420.000 assassinatos no México, segundo números oficiais.
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