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Rede X, de Elon Musk, diz colaborar com governo do Paquistão para desbloquear uso do app no país

18/04/2024 08h57

A rede social X, bloqueada há dois meses no Paquistão, oficialmente por questões de segurança, anunciou nesta quinta-feira (18), que trabalha com o governo do país para "compreender suas preocupações". 

"Continuamos a trabalhar com o governo paquistanês para entender suas preocupações", disse a equipe de comunicações da rede X (antigo Twitter), comentando pela primeira vez sobre o bloqueio realizado pela empresa de Elon Musk em vigor desde 17 de fevereiro.

O acesso à plataforma tem sido difícil desde a data, quando o partido do ex-primeiro-ministro Imran Khan, que está preso, convocou manifestações depois que um funcionário do governo admitiu fraude nas eleições legislativas de 8 de fevereiro.

Na quarta-feira (17), um tribunal da província de Sindh ordenou que o governo restabelecesse o acesso ao X "dentro de uma semana", de acordo com Moiz Jaaferi, o advogado que representou o caso contra o bloqueio.

Inicialmente, o novo governo permaneceu evasivo quanto aos motivos das interrupções, mas os defensores dos direitos digitais acreditam que elas têm a intenção de sufocar vozes crítica.

Depois de inicialmente se recusar a admitir qualquer envolvimento, o Ministério do Interior do Paquistão enviou uma carta aos tribunais provando que havia ordenado o bloqueio "com base em relatórios de agências de inteligência".

Atualmente, o X pode ser acessado de forma intermitente, com diferenças que dependem do provedor de Internet. Isso significa que os usuários que podem fazer isso têm que usar VPNs (redes privadas virtuais que possibilitam contornar o bloqueio).

Papel político da rede X no Paquistão

O primeiro-ministro Shehbaz Sharif, à frente de um frágil governo de coalizão, foi empossado em 4 de março. O bloqueio da rede social foi decretado pelo governo interino de tecnocratas que o antecedeu, com a tarefa de se preparar para as eleições.

Assim como o Facebook, o Instagram e o TikTok, o X desempenhou um papel importante na campanha do Pakistan Tehreek-e-Insaf (PTI), o partido de Imran Khan. O PTI foi submetido a uma repressão maciça antes da eleição, forçando seus candidatos a se apresentarem como independentes.

Várias alegações de manipulação acompanharam essas eleições, depois que as autoridades cortaram a rede de telefonia móvel no dia da votação e a contagem levou mais de 24 horas. Os partidários de Imran Khan saíram vitoriosos da pesquisa, mas com uma vantagem insuficiente para formar o governo. Eles tiveram que ceder lugar à coalizão liderada por Shehbaz Sharif.

(Com informações da AFP)

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