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EUA vão impor novas sanções ao Irã e esperam o mesmo de aliados

Sistema anti-míssil de Israel abatendo artefatos em ataque realizado pelo Irã - Amir Cohen/Reuters
Sistema anti-míssil de Israel abatendo artefatos em ataque realizado pelo Irã Imagem: Amir Cohen/Reuters

16/04/2024 22h43

O governo dos Estados Unidos anunciou, nesta terça-feira (16), que imporá novas sanções ao programa de mísseis e drones do Irã após seu ataque no fim de semana contra Israel e afirmou que espera medidas semelhantes de seus parceiros e aliados.

"Nos próximos dias, os Estados Unidos vão impor novas sanções dirigidas ao Irã, incluído seu programa de mísseis e drones", assim como contra o Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC, na sigla em inglês) e o Ministério da Defesa iraniano, anunciou, em um comunicado, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

"Antecipamos que nossos aliados e parceiros em breve nos seguirão e aplicarão suas próprias sanções", acrescentou.

"Essas novas sanções e outras medidas continuarão com um ritmo constante de pressão para conter e degradar a capacidade e eficácia militar do Irã e enfrentar todos os seus comportamentos nocivos", explicou o funcionário.

Na madrugada de sábado para domingo, o Irã lançou mais de 300 mísseis e drones contra o território israelense, o que qualificou de represália por um bombardeio que destruiu seu consulado em Damasco, na Síria, e que atribui a Israel.

A maioria dos projéteis iranianos foi interceptada e foram registrados apenas danos.

Washington já recorreu a sanções econômicas para tentar neutralizar as atividades do Irã, tendo com alvos seus programas de drones e mísseis, bem como o financiamento de grupos pró-iranianos como o movimento palestino Hamas, que lançou seu próprio ataque contra Israel em 7 de outubro.

Sullivan lembrou que Washington já sancionou mais de 600 pessoas e entidades vinculadas ao Irã "relacionadas com o terrorismo, o financiamento do terrorismo e outras formas de comércio ilícito, terríveis abusos dos direitos humanos e apoio a grupos terroristas".

- 'Atividade maligna' -

O anúncio de Sullivan ocorre depois que a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, advertiu mais cedo que Washington intensificaria as sanções contra o Irã por seu ataque sem precedentes a Israel.

Em uma entrevista coletiva no início das reuniões da primavera boreal do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, Yellen destacou que "as ações do Irã ameaçam a estabilidade da região".

"O Tesouro não hesitará em trabalhar com nossos aliados para utilizar nossa autoridade em matéria de sanções para continuar desbaratando a atividade maligna e desestabilizadora do regime iraniano", disse a secretária.

Yellen acrescentou que "todas as opções para interromper o financiamento do terrorismo" estarão sobre a mesa.

- Petróleo iraniano -

Os mais de seis meses de guerra entre Israel e Hamas em Gaza desencadearam uma onda de violência no Oriente Médio, na qual participam aliados do Irã, que dizem agir em apoio aos palestinos.

Mas as tensões aumentaram ainda mais com o primeiro ataque direto de Teerã contra Israel, que provocou pedidos de distensão por parte dos líderes mundiais, temerosos de um conflito mais amplo.

Yellen não ofereceu detalhes concretos sobre as possíveis decisões que serão tomadas, mas disse que Washington esteve trabalhando para diminuir a capacidade do Irã para exportar petróleo, e adiantou que poderia haver medidas adicionais.

Os Estados Unidos também tentam trabalhar com o G7 e com países como a China para limitar a capacidade de Teerã para acessar os recursos necessários para a fabricação de armas, disse à imprensa um alto funcionário do Tesouro americano.

Em Bruxelas, o alto representante para a política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, também assegurou que alguns Estados-membros haviam proposto "a adoção de medidas restritivas ampliadas contra o Irã" e que seu escritório iniciaria os trabalhos preparatórios.

"Temos que nos afastar da beira do abismo", frisou Borrell.

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