Venezuela 'exigirá' que Equador entregue ex-vice-presidente Glas ao México
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (15) que seu país exigirá que o Equador entregue ao México o ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, preso após ser capturado durante uma invasão à embaixada mexicana em Quito, para que ele possa partir para o asilo.
A exigência será feita durante uma cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), convocada para esta terça-feira por Honduras.
"Venezuela vai exigir que o governo do Equador devolva ao México o ex-vice-presidente Jorge Glas, conceda-lhe asilo político e permita que ele retorne ao México para se recuperar fisicamente, recuperar sua saúde", disse Maduro em seu programa de televisão semanal.
Durante a convocação, prevista para as 13h00 GMT (10h00 de Brasília), "Haverá um debate" sobre a captura de Glas, de 54 anos, que foi vice do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017).
"Para resolver este assunto, o Equador tem que restabelecer a situação à sua instância original, conceder asilo político e permitir que Jorge Glas seja protegido pelo México, como estabelece o direito internacional", concluiu Maduro.
A operação para capturar Glas, na noite de 5 de abril, horas depois de o México lhe conceder asilo político, foi condenada por cerca de trinta países e sete organismos mundiais e regionais, como as Nações Unidas e a Organização dos Estados Americanos (OEA).
Glas se refugiou na embaixada mexicana em dezembro passado, antes de a justiça lhe impor prisão por suposto peculato no manejo de fundos para a reconstrução de vilarejos devastados por um terremoto em 2016, um processo em curso.
O governo equatoriano havia solicitado autorização para entrar na sede diplomática e detê-lo, mas o México se recusou, o que resultou na expulsão de sua embaixadora em Quito, Raquel Serur, e na incursão à sede diplomática.
Glas deveria cumprir oito anos de prisão por condenações anteriores em dois casos de corrupção. No entanto, ele foi libertado da prisão em 2022 após uma medida cautelar controversa, após passar cinco anos preso, e deveria se apresentar periodicamente às autoridades.
Quito justifica o assalto alegando que o asilo a Glas é ilícito, pois ele foi condenado por crimes comuns.
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