Medalhistas olímpicos do Brasil terão prêmio em dinheiro; COB busca voluntários para Paris 2024
A semana que começa marca uma fase decisiva para os Jogos Olímpicos Paris 2024. Na terça-feira (16), a chama olímpica, símbolo de paz e amizade entre as nações desde a antiguidade, será acesa pelos raios do sol em Olímpia, na Grécia. É o início de uma aventura épica: de Marselha a Paris, passando pelos territórios ultramarinos, a tocha seguirá uma viagem de três meses pela França, percorrendo 12 mil quilômetros.
Maria Paula Carvalho, da RFI
A quarta-feira (17) marcará os 100 dias para a abertura, em 26 de julho, no rio Sena. E várias cidades preparam atividades especiais para esta reta final.
Enquanto isso o Brasil vai tomando posse de sua base, em Saint-Ouen, no subúrbio norte de Paris, cujas operações começam em primeiro de julho. O local fica pertinho da Vila Olímpica, onde os atletas são esperados em 18 de julho. "Já é uma prática do comitê olímpico, sempre termos um local próprio dentro de eventos, missões e JOs. Isso começou três anos atrás com negociação", explica o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Paulo Wanderley.
"Primeiro, buscamos espaço dentro de clubes, pois acreditávamos que seria mais fácil. Mas não foi fácil e no caminho da procura surgiu a cidade de Saint-Ouen que nos recebeu muito bem, oferecendo instalações e firmamos o convênio. Desde então, temos usado essas instalações aqui de Saint Ouen. Equipes já vieram treinar para competições e está muito bom", completa.
A poucos meses da abertura, o COB está otimista quanto a superação de resultados. "Superar Tóquio não significa apenas superar as 21 medalhas, mas, por exemplo, se tivermos mais medalhas de ouro já é uma superação. A expectativa é, sim, que tenhamos melhor resultado em relação a Tóquio 2020 2021. A nossa parte já fizemos, agora é com os atletas na quadra, piscina e tatame", observa.
Quanto ao número de atletas presentes, Wanderley explica que não é possível comparar com os Jogos no Brasil. "O Rio 2016 foi fora da curva porque éramos país-sede e todo país-sede tem oportunidade de ter mais atletas classificados. Aqui é possível que teremos menos atletas, mas não menos medalhas", afirma.
R$ 750 mil para cada medalha
Os medalhistas olímpicos brasileiros podem esperar um prêmio em dinheiro. "Nós inovamos isso em Tóquio, foi a primeira vez que o Comitê Olímpico premiou os atletas. Então existe um recurso disponibilizado, privado, diretamente para os atletas em relação à medalha de ouro, prata, bronze ou ouro, coletivos ou não. Serão R$ 750 mil para a medalha de ouro", informa.
Quanto aos gastos em Paris, o COB destaca o câmbio como um desafio. "Isso é um grande dificultador para o Brasil e para países de outros continentes, que não somos europeus nem americanos. A gente recebe em real e gasta em euro e dólar. Então há que se considerar os investimentos do Brasil", conclui.
O diretor de Alto Rendimento do COB, Ney Wilson, diz estar atento aos últimos detalhes. "A gente tem buscado proximidade com treinadores no sentido de entender que lacunas podem existir nessa reta final, detalhar isso e de que forma a gente possa potencializar essas lacunas em termos de preenchimento. É um diálogo permanente com as que já tem resultados consagrados ou muito próximo de uma medalha", afirma.
Ingressos
Os interessados em assistir aos Jogos terão, na quarta-feira (17), mais uma oportunidade para comprar ingressos: a partir das 10h (5 horas em Brasília) 250 mil bilhetes serão colocados à venda na plataforma habitual, repartidos por todas as modalidades do programa olímpico, mesmo as mais procuradas. Serão liberados, por exemplo, 10 mil ingressos para de ginástica artística, 15.000 para natação, 35 mil para vôlei de praia, 12 mil para tênis de mesa. O Comitê Organizador destaca que metade deles serão oferecidos por menos de cem euros, cerca de R$ 544, uma forma de responder às críticas de que os Jogos Olímpicos de Paris são acessíveis apenas aos mais ricos.
No total, desde a abertura da bilheteira em 1 de dezembro de 2023, já foram vendidos quase oito milhões de ingressos para as competições olímpicas, dos quais 63% foram adquiridos pelo público francês, de acordo com a organização.
Em busca de voluntários
Além dos estádios e arenas, a torcida brasileira tem encontro marcado na Casa Brasil, que vai funcionar em La Villete, região Nordeste de Paris. "A gente fez um modelo, onde credenciamos empresas que se inscreveram. Nós escolhemos a que melhor nos atendia com melhor projeto, essa empresa faz o investimento, se der lucro é dela, se der prejuízo é dela também", explica o diretor-geral do COB, Rogério Sampaio. "Ela assume o risco. Mas para a gente era um projeto importante porque é um local onde a gente vai montar um local de celebração, ativação dos patrocinadores, um local de relacionamento do COB, um projeto que a gente já tinha para Tóquio, mas por conta da pandemia não pode ir adiante", completa.
O COB está lançando um apelo a voluntários que queiram ajudar nas operações do Brasil para os Jogos Olímpicos. "A gente está em conversas com a embaixada para fazer e lançar esse projeto quanto antes, tentando agrupar e com a prefeitura de Saint-Ouen, chamar a atenção para brasileiros que estejam morando aqui na França, ou no Brasil que estejam interessados em vir e possam nos ajudar na nossa operação tanto do time Brasil como da Casa Brasil", convida o gerente-executivo de Alto Rendimento, Sebastian Pereira. Essa campanha será lançada em maio.
"A gente quer chegar entre 40 e 50 voluntários que possam vir nos ajudar. Todo mundo que é apaixonado por esporte e pelo movimento olímpico, que tem oportunidade de vivenciar numa cidade icônica como Paris [...] está super convidado", finaliza.
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