Governo da Colômbia e ELN destravam negociações de paz na Venezuela
O governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN) retomaram as negociações de paz em Caracas, depois que os diálogos foram congelados no início de abril devido a confrontos dessa guerrilha com outros grupos armados, confirmaram neste domingo (14) ambas as partes, sem dar maiores detalhes.
"No dia de ontem (sábado), as duas delegações de paz iniciaram as conversações em Caracas", informou a delegação do governo do presidente Gustavo Petro na rede social X. "Os trabalhos continuam", acrescentou.
"Nas mesas de trabalho, foram discutidas propostas de participação que alimentam uma visão conjunta de paz, em torno do regime político, a situação ambiental e o modelo econômico", afirmou, por sua vez, a representação da guerrilha de esquerda ELN.
O ELN havia anunciado em 6 de abril a suspensão formal do ciclo de negociações que mantém com o governo desde novembro de 2022 na Venezuela, Cuba e México, solicitando que o encontro deste domingo fosse considerado "uma reunião extraordinária".
Os rebeldes acusaram a administração de Petro de violar os acordos alcançados até o momento.
A delegação do governo havia adiantado que exporia "a preocupante tragédia humanitária em Arauca" - departamento colombiano na fronteira com a Venezuela - em busca de "caminhos de solução que permitam deter a violência entre os atores que afeta principalmente civis indefesos".
Lá, os confrontos entre o ELN, dissidentes das dissolvidas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e outras organizações armadas irregulares se intensificaram.
Na terça-feira, após uma reunião com Petro em Caracas, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ratificou a "disposição" de seu país de apoiar as negociações.
O ELN havia declarado em fevereiro o "congelamento" e a "crise aberta" nas negociações, ao alegar violações ao que foi pactuado. No entanto, alguns dias depois, o diálogo foi retomado.
erc/pgf/arm/ic
© Agence France-Presse
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