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Israel bombardeia novamente Faixa de Gaza e diz estar pronto para revidar em caso de ataque iraniano

13/04/2024 15h18

Israel anunciou neste sábado (13) estar pronto para responder a qualquer ataque do Irã. A declaração é feita no mesmo dia em que o Estado hebreu lançou novos ataques mortais em Gaza e trocou tiros com o Hezbollah libanês, em um contexto que preocupa a comunidade internacional. Uma onda de violência contra aldeias palestinas, desencadeada pelo desaparecimento e morte de um adolescente israelense, aumenta ainda mais as tensões.

"Fortalecemos a nossa preparação para proteger Israel de novas agressões iranianas. Também estamos prontos para responder", disse o porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, avisando que o Irã "sofrerá as consequências" de qualquer escalada.

Israel está em alerta após ameaças do Irã, que prometeu "puni-lo" em resposta a um ataque mortal em 1° de abril contra o seu consulado em Damasco, episódio que custou a vida a dois generais da Guarda Revolucionária. Teerã acusou Israel e o Estado hebreu que não confirmou nem negou a autoria. 

Para completar, as forças marítimas da Guarda Revolucionária, o Exército ideológico do Irã, interceptaram um navio cargueiro operado por uma empresa "pertencente ao capitalista sionista Eyal Ofer" no Golfo, informou a agência oficial iraniana Irna. Vários comandos abordaram o navio 'MSC Aries' a partir de um helicóptero quando este estava "perto do Estreito de Ormuz", acrescentou a agência. A embarcação carregava 25 tripulantes, segundo o armador suíço-italiano MSC disse à Irna.

Temendo uma escalada de violência, o Ministério da Defesa dos Estados Unidos, aliado de Israel, informou na sexta-feira o envio de "recursos adicionais" à região "para reforçar os esforços de dissuasão e aumentar a proteção das forças americanas". O presidente norte-americano, Joe Biden, interrompeu neste sábado uma viagem de fim de semana a Delaware e retornou à Casa Branca para consultas urgentes sobre o Oriente Médio. Na quinta-feira, o Pentágono afirmou que o comandante máximo dos Estados Unidos para o Oriente Médio havia viajado a Israel para conversar sobre ameaças à segurança com oficiais militares do país.

França, Alemanha e Estados Unidos recomendaram aos seus cidadãos que se abstivessem de viajar para o Irã e várias companhias aéreas suspenderam os seus voos para o país.

Com as tensões ultrapassando as fronteiras, a comunidade internacional teme uma conflagração regional. No sul do Líbano, o Exército israelense disse neste sábado que bombardeou "um grande complexo militar" do movimento Hezbollah, aliado do Hamas, apoiado pelo Irã, um dia após o movimento xiita ter disparado "dezenas de foguetes contra posições israelenses". Além do Líbano, existem outros grupos apoiados pelo Irã na região, inclusive no Iêmen e na Síria.

Assassinato de um jovem israelense

O conflito continua alimentando a violência na Cisjordânia ocupada, principalmente após o desaparecimento e morte de um adolescente israelense que o Exército atribuiu a uma ação "terrorista".

Os ataques às aldeias palestinas ao norte de Ramallah desde o desaparecimento, na sexta-feira (12), de Benjamin Achimeir, um pastor de ovelhas, de 14 anos, se agravaram e se espalharam neste sábado, depois que sua morte foi confirmada ao meio-dia. O Exército cercou e os colonos atacaram meia dúzia de cidades e feriram vários moradores, um deles baleado na cabeça, informaram as autoridades palestinas e a mídia palestina.

"Dezenas de colonos atacam a cidade e queimam tudo em seu caminho", disse à AFP o prefeito de Al Mughayyir, Amir Abu Alia. Nuvens de fumaça emanam de casas, campos, edifícios e máquinas agrícolas queimadas e sobem pelas colinas e vales.

Contexto

Estes confrontos ocorrem em um contexto de tensão crescente na Cisjordânia desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, desencadeada em 7 de outubro pelo ataque sangrento do movimento islamista palestino em território israelense. Pelo menos 462 palestinos morreram na Cisjordânia abatidos por soldados ou colonos israelenses desde o início da guerra, segundo a Autoridade Palestina, que exerce controle administrativo limitado sobre este território palestino ocupado por Israel desde 1967.

A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos ocupados, Francesca Albanese, instou na sexta-feira a ONU a "autorizar a implantação de uma presença de proteção" nos territórios.

(Com informações da AFP)  

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