Reino Unido planeja parar de vender armas para Israel após a morte de ativistas britânicos em Gaza
Os Liberais Democratas e o Partido Nacionalista Escocês, da oposição, estão pedindo a suspensão imediata das exportações de armas britânicas para Israel - um comércio que o governo estima em € 45 milhões por ano, mas que representa uma proporção ínfima das compras de Israel no mercado de armas mundial. Mas essa não é uma questão apenas da oposição: pelo menos 3 parlamentares conservadores também se manifestaram a favor da suspensão das vendas, juntamente com vários ex-diplomatas britânicos.
Émeline Vin, correspondente da RFI em Londres
Os líderes políticos do Reino Unido acreditam que a interrupção das exportações enviaria um forte sinal a Israel. O principal partido de oposição, o Partido Trabalhista, exige que o executivo publique os memorandos de seus consultores jurídicos. A posição dos trabalhistas é que, se houver riscos tangíveis de Israel violar as convenções internacionais, as exportações devem ser interrompidas imediatamente.
Diante desses apelos crescentes, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak não descartou a possibilidade de uma suspensão do comércio de armas. "O comportamento de Israel está cada vez mais intolerável", declarou ele, ressaltando que as exportações estavam sujeitas a regras rígidas, incluindo a conformidade com as convenções internacionais.
A Polônia quer explicações de Israel após o ataque ao comboio humanitário da World Central Kitchen, no qual um polonês perdeu a vida. A morte causou comoção no país e, de acordo com o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, o apoio a Israel está se tornando cada vez mais complicado.
O primeiro-ministro britânico também disse que estava "chocado" com o ataque ao comboio humanitário da World Central Kitchen, em que três cidadãos britânicos foram mortos. Sunak está pedindo a Tel Aviv que conduza uma investigação transparente. Até o momento, no entanto, Londres tem sido muito conciliadora em relação a Israel.
Cada vez mais difícil apoiar Israel
A morte do polonês Damian Sobol, uma das vítimas do comboio humanitário presente em Gaza, causou comoção na Polônia, informa Martin Chabal, correspondente da RFI em Varsóvia. Para o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, que se exprimiu no X, é difícil hoje que os poloneses, que se mobilizaram muito após os ataques de 7 de outubro, demonstrem a mesma solidariedade.
O chefe da diplomacia polonesa, Radoslaw Sikorski, pede que Israel pague uma indenização às famílias das vítimas. O Ministério das Relações Exteriores da Polônia também anunciou nesta quarta-feira (1°) que havia "convidado" o embaixador israelense na Polônia para discutir a "responsabilidade moral, política e financeira" após o ataque israelense que matou os sete trabalhadores humanitários em Gaza.
"Convidei o embaixador (...) Quero conversar com ele sobre a nova situação nas relações entre Israel e Polônia e sobre a responsabilidade moral, política e financeira pelo incidente que ocorreu recentemente em Gaza", declarou o vice-ministro Andrzej Szajna, citado pela agência PAP.
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