Palestinos devem buscar condição de Estado por negociações diretas, não na ONU, dizem EUA
Por Humeyra Pamuk e Michelle Nichols
WASHINGTON/NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos disseram nesta quarta-feira que o estabelecimento de um Estado palestino independente deve acontecer por meio de negociações entre as partes envolvidas e não na ONU.
A Autoridade Palestina solicitou na terça-feira uma nova análise de um pedido de 2011 para se tornar membro pleno da ONU. Atualmente, ela tem o reconhecimento de facto de um Estado soberano da Palestina, após a ONU lhe conceder status de Estado observador não membro em 2012.
A posição dos EUA, mais importante aliado de Israel, reflete a dos israelenses sobre essa questão.
Um pedido para se tornar membro pleno da ONU precisa ser aprovado pelo Conselho de Segurança com 15 integrantes - no qual os EUA têm poder de veto - e depois por dois terços da Assembleia Geral de 193 países.
Ao ser questionado se os EUA usariam seu veto no Conselho de Segurança para bloquear a tentativa palestina, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse: “Não vou especular sobre o que pode acontecer no futuro”.
Mas ele acrescentou que o estabelecimento de um Estado palestino independente com garantias de segurança para Israel “é algo que tem que ser feito por meio de negociações diretas entre as partes -- é algo que estamos tentando neste momento -- e não na ONU”.
A pressão palestina para se tornar membro pleno da ONU ocorre num momento em que a guerra entre Israel e os militantes palestinos do Hamas em Gaza se aproxima de dos seis meses e Israel está expandindo os assentamentos na Cisjordânia ocupada.
Malta preside o Conselho de Segurança em abril. A embaixadora de Malta na ONU, Vanessa Frazier, disse nesta quarta-feira que o pedido palestino tinha sido distribuído aos membros do Conselho.
"Iremos consultar cada um dos membros do Conselho para decidir qual o caminho a seguir", disse Vanessa Frazier aos jornalistas.
O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, disse à Reuters na segunda-feira que o objetivo era que o Conselho de Segurança tomasse uma decisão na reunião sobre o Médio Oriente de 18 de abril, mas que a votação ainda não tinha sido marcada.
Desde a assinatura dos Acordos de Oslo, entre Israel e a Autoridade Palestina, no início da década de 1990, pouco se avançou no sentido de se garantir um Estado palestino.
(Reportagem de Michelle Nichols e Humeyra Pamuk)
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