Casa Branca organiza evento discreto do Ramadã em meio a críticas à política de Biden sobre Israel
Por Nandita Bose e Kanishka Singh
WASHINGTON (Reuters) - A Casa Branca realizou um jantar iftar reduzido na terça-feira para celebrar o mês sagrado islâmico do Ramadã, depois que alguns convidados recusaram por causa das frustrações da comunidade muçulmana em relação à política do presidente norte-americano sobre a guerra Israel-Gaza.
O presidente Joe Biden se reuniu com líderes muçulmanos antes de realizar um pequeno jantar com autoridades muçulmanas de seu governo, a primeira-dama Jill Biden e a vice-presidente Kamala Harris e seu marido.
"O presidente Biden organizará uma reunião com líderes da comunidade muçulmana para discutir questões importantes para a comunidade", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, aos repórteres na terça-feira, explicando que esses líderes preferiam uma reunião a um jantar.
A Casa Branca "ajustou o formato para ser responsiva", afirmou ela.
Um dos participantes, o dr. Thaer Ahmad, um médico que passou pelo menos três semanas em Gaza, disse à CNN que saiu da reunião de terça-feira antes do seu término.
"Por respeito à minha comunidade, por respeito a todas as pessoas que sofreram e foram mortas no processo, precisei sair da reunião", declarou Ahmad.
Ahmad afirmou que "não houve muita reação" de Biden. "Ele realmente disse que entendia, e eu fui embora", disse Ahmad à CNN.
O evento é um forte contraste com o de maio passado, quando Biden organizou uma recepção para o Eid para marcar o fim do Ramadã. Dezenas de participantes aplaudiram Biden na Casa Branca quando ele disse às pessoas: "A casa é de vocês".
Entre os membros muçulmanos do Congresso que participaram desse evento estavam as deputadas Ilhan Omar e Rashida Tlaib. Elas estão agora entre os maiores críticos da política de Biden para Gaza.
Emgage Action, um grupo de defesa dos muçulmanos americanos, disse que recusou um convite para o jantar de terça-feira, citando a "ajuda militar incondicional contínua de Biden a Israel", que, segundo eles, levou a uma "catástrofe humanitária de proporções épicas".
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