China abandona referência à "reunificação pacífica" de Taiwan e eleva gastos com defesa em 7,2%
Por Yew Lun Tian e Laurie Chen
PEQUIM (Reuters) - A China aumentará seus gastos com defesa em 7,2% este ano, alimentando um orçamento militar que mais do que dobrou nos 11 anos de mandato do presidente Xi Jinping, à medida que Pequim endurece sua posição em relação a Taiwan, de acordo com relatórios oficiais nesta terça-feira.
O aumento reflete a taxa apresentada no orçamento do ano passado e, mais uma vez, está bem acima da previsão de crescimento econômico do governo para este ano.
A China também adotou oficialmente uma linguagem mais rígida contra Taiwan ao divulgar os números do orçamento, deixando de mencionar a "reunificação pacífica" em um relatório do governo apresentado pelo primeiro-ministro Li Qiang na abertura do Congresso Nacional do Povo (CNP), o Parlamento da China, nesta terça-feira.
As tensões aumentaram muito nos últimos anos em relação a Taiwan, a ilha democraticamente governada que a China reivindica como sua, e em outros lugares do Leste Asiático, com o crescimento das mobilizações militares regionais.
Li Mingjiang, um acadêmico de defesa da Rajaratnam School of International Studies (RSIS), em Cingapura, disse que, apesar da dificuldade econômica chinesa, Taiwan é uma consideração importante nos gastos de defesa de Pequim.
"A China está demonstrando que, na próxima década, quer aumentar suas Forças Armadas a ponto de estar preparada para vencer uma guerra se não tiver outra opção a não ser lutar", disse Li.
Desde que Xi se tornou presidente e comandante-em-chefe, há mais de uma década, o orçamento de defesa aumentou para 1,67 trilhão de iuanes (230 bilhões de dólares) este ano, ante 720 bilhões de iuanes em 2013.
O aumento percentual nos gastos militares superou consistentemente a meta anual de crescimento econômico interno durante seu mandato. A meta de crescimento para 2024 é de cerca de 5%, semelhante à meta do ano passado, de acordo com o relatório do governo.
O orçamento de defesa é observado de perto pelos vizinhos da China e pelos Estados Unidos, que desconfiam das intenções estratégicas de Pequim e do desenvolvimento de suas Forças Armadas.
Com base em dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), com sede em Londres, o orçamento deste ano marca o 30º ano consecutivo de aumento dos gastos chineses com defesa.
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