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Extrema direita francesa faz da imigração pilar da campanha eleitoral

03/03/2024 15h32

PARIS (Reuters) - O partido de extrema direita francês Rassemblement National (RN), de Marine Le Pen, deu início à campanha para as eleições europeias de junho neste domingo, dizendo que a votação será um referendo sobre a imigração.

As pesquisas de opinião mostram que o RN deverá obter grandes ganhos nas eleições - algumas pesquisas o creditam com 28% a 30% de apoio - e que poderá representar um grande desafio para os principais partidos da França, incluindo o Renaissance, do presidente francês,  Emmanuel Macron.

"Está bem claro que essas eleições de 9 de junho são um referendo contra sermos submersos pelos migrantes", disse o presidente do RN, Jordan Bardella, 28 anos, que liderará o RN nas eleições, no primeiro comício de campanha do partido na cidade portuária de Marselha, no sul do país.

"Cabe ao povo francês decidir quem tem permissão para entrar no país e quem não tem. Conosco, a França protegerá suas fronteiras", disse ele à multidão.

Bardella fez o discurso de encerramento da reunião em frente a um enorme cartaz com o slogan da campanha "A França está de volta, a Europa volta à vida", enquanto seus apoiadores agitavam bandeiras francesas e gritavam "Nós vamos vencer" e "Estamos em casa".

Como em outros lugares da Europa, a extrema direita francesa se beneficiou da crise no custo de vida, do aumento da imigração, do crescente descontentamento dos agricultores com a burocracia e os altos custos e do ressentimento geral em relação à elite política.

De acordo com o instituto de estatísticas INSEE, o número de imigrantes - pessoas que vivem na França, mas nasceram no exterior - era de 5% em 1946, atingindo 7,4% em 1975 e 8,5% em 2010, chegando a pouco mais de 10% em 2022. Cerca de um terço deles se tornou francês.

Bardella e Le Pen, que fez o discurso de abertura, atacaram Macron durante a reunião.

Le Pen disse que Macron, que recentemente recebeu uma recepção hostil dos agricultores na feira comercial de Paris, é um presidente "sitiado".

Ela também criticou os comentários recentes de Macron de que o envio de tropas europeias para a Ucrânia não poderia ser descartado, dizendo que Macron "acha que pode encontrar salvação política em uma postura bélica que surpreendeu o povo francês".

(Por Dominique Vidalon e Gonzalo Fuentes)

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