PF e Ibama repatriam 12 araras e 17 micos da fauna brasileira encontrados em Togo
Por Ricardo Brito e Leonardo Benassatto
BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal e o Ibama realizaram uma operação internacional para repatriar 12 araras-azuis-de-lear e 17 micos-leões-dourados que haviam sido retirados irregularmente da fauna brasileira e que foram localizados no Togo.
As investigações, que contaram com o apoio de diversos países, localizaram os animais no dia 12 de fevereiro em Lomé, capital do país da África Central, em um veleiro de bandeira brasileira, conforme comunicado da PF e uma fonte da corporação com conhecimento das investigações.
Quatro homens -- um uruguaio, um surinamês, um brasileiro e um togolês -- foram presos por autoridades de Togo quando a embarcação apresentou problemas na costa daquele país e foram abordados por policiais locais.
A prisão do grupo ocorreu em flagrante porque os animais silvestres são protegidos pela Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção, da qual o Togo é signatário.
Uma equipe de veterinários e especialistas do Brasil se deslocou para o país africano a fim de assegurar a sobrevivência dos animais. Uma fonte da PF disse que, inicialmente, eles ficaram abrigados na Embaixada do Brasil em Togo. Ainda por lá, três micos morreram.
Na quinta-feira da semana passada, uma aeronave da PF partiu com servidores da corporação e do Ibama para ajudar no retorno dos animais ao Brasil. Eles chegaram de volta no sábado. Cada arara, segundo fontes envolvidas na apuração, tem valor no mercado clandestino de 60 mil a 100 mil dólares. Os micos, por sua vez, custam 15 mil dólares cada um.
As araras foram levadas na noite de sábado para São Paulo, enquanto os micos foram levados para o Rio de Janeiro.
A coordenadora de Gestão, Destinação e Manejo da Fauna e Biodiversidade Aquática do Ibama, Juliana Junqueira, disse à Reuters durante a operação de recepção das araras em São Paulo que os animais foram maltratados e estavam em péssimas condições, chegando a estar em gaiolas cobertas com óleo motor.
"Eles sofreram muito! As condições deles estavam deploráveis. Então, a gente vai precisar fazer uma reabilitação mais profunda, mas sempre com o objetivo de devolvê-los para a natureza", disse.
Para Murilo Penteado Rocha, superintendente substituto do Ibama em São Paulo, o retorno dos animais ao país é um ganho muito grande, ainda mais com a cooperação de outros países nesse regresso.
"Isso mostra que é possível a gente retornar os animais que estão sendo retirados da nossa fauna e levados para outros países, serem trazidos de volta e serem reintroduzidos na nossa natureza", ressaltou.
(Edição de Pedro Fonseca)