Trump mira nova vitória tranquila na Carolina do Sul, e Haley promete continuar lutando
Por Alexandra Ulmer e Joseph Ax
COLUMBIA, CAROLINA DO SUL (Reuters) - O ex-presidente norte-americano Donald Trump tentará neste sábado consolidar seu status de indicado do Partido Republicano à eleição presidencial nas primárias da Carolina do Sul.
Enquanto isso, sua única adversária que permanece na disputa, a ex-embaixadora na ONU, Nikki Haley, quer ter uma performance melhor do que a esperada em seu próprio Estado para alavancar sua permanência na campanha por mais tempo.
Trump é o grande favorito para vencer a primária do Estado do Sul norte-americano, o quinto a votar para indicar o candidato republicano em uma campanha em que o ex-presidente tem dominado desde o início, apesar de enfrentar dezenas de acusações criminais na Justiça.
Ele venceu as quatro primeiras disputas, em Iowa, New Hampshire, Nevada e nas Ilhas Virgens Norte-Americanas, tirando da corrida o restante dos candidatos republicanos que buscavam a indicação.
Pesquisas de opinião mostram que Trump tem uma vantagem média de 30 pontos percentuais no Estado, de acordo com o website de estatística de pesquisas 538.
O nome indicado pelo Partido Republicano enfrentará o democrata Joe Biden, atual presidente, na eleição de 5 de novembro.
Haley, que é da Carolina do Sul e governou o Estado de 2011 a 2017, descartou nesta semana informações de que uma derrota em casa a faria abandonar a disputa pela Casa Branca, mesmo sem ter possibilidades reais de obter a nomeação.
"Não ungimos reis neste país", disse ela na terça-feira, durante evento de campanha em Greenvile, na Carolina do Sul, acrescentando que ela “não iria a lugar algum”, independentemente do resultado das primárias.
Ela prometeu continuar na disputa até a “Superterça”, no começo de março, quando 15 Estados e um território norte-americano votarão, incluindo o Texas, a Virgínia e a Carolina do Sul, distribuindo cerca de um terço dos delegados da Convenção Nacional Republicana, que será realizada em julho e escolherá o indicado a enfrentar Biden.
Mas uma vitória acachapante de Trump, que tem 77 anos, neste sábado, só aumentaria a pressão sobre Haley, de 52, para que ela desistisse da corrida para que o ex-presidente possa voltar as suas atenções para a disputa contra Biden.
O atual mandatário já trata Trump como o candidato republicano e o retrata como uma ameaça moral para a República.
A primária da Carolina do Sul é “aberta”, o que permite que qualquer eleitor registrado participe. Isso pode dar força a Haley, caso independentes e democratas, que tendem a preferir ela a Trump, tenham uma grande participação no pleito.
Em contraste com o início da sua campanha, Haley tem atacado duramente Trump antes da eleição deste sábado, alertando os republicanos que uma terceira candidatura seguida de Trump terminará em derrota do ex-presidente.
Haley, cujas credenciais de política externa formam o centro de sua campanha, concentrou-se nos últimos dias na posição de Trump quanto à Rússia após a morte de Alexei Navalny, o principal líder da oposição no país.
Ela criticou Trump por esperar dias antes de comentar a morte de Navalny e depois por não culpar o presidente russo, Vladimir Putin, pelo ocorrido.
Ela também condenou os comentários recentes de Trump de que não defenderia seus aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) de um ataque russo, se ele considerasse que os próprios não estão gastando o suficiente na área da defesa.
(Reportagem de Alexandra Ulmer em Columbia, Joseph Ax em Nova York)