Israel: 'Cabe a vereador falar?', diz vereadora após crítica a fala de Lula
A vereadora de Goiânia Aava Santiago (PSDB) afirmou que a guerra entre Israel e o Hamas não deveria ser assunto na Câmara Municipal da cidade após discursos na Casa citarem a fala do presidente Lula (PT) contra o governo israelense.
O que aconteceu
A parlamentar disse que discutir o conflito internacional entre vereadores é perda de prioridade. "Eu só quero trazer uma reflexão aqui porque a colega está dizendo que não cabe a um chefe de Estado dar opinião sobre um conflito global. Mas cabe ao vereador, né? A um vereador de Goiânia", disse Aava, em tom irônico.
Ela criticou colegas da Câmara que usam a guerra para "acenar para sua claque". "Senhor presidente, o senhor precisa reassumir a métrica de importância do que se discute, porque se o presidente da República não pode falar de um conflito internacional, enquanto o chefe de Estado e o vereador de Goiânia pode ficar uma hora da sessão, com a cidade cheia de problemas, falando disso para fazer vídeo para acenar para sua claque, aí a gente perde referência do que é prioridade", acrescentou a vereadora.
Lula comparou ataques de Israel ao 'Holocausto'
O presidente fez a comparação do conflito com a atuação de Adolf Hitler contra os judeus. "O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus", disse Lula. Ele fez o comentário durante participação na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia.
Em reação, Israel acusou Lula de banalizar o Holocausto e ofender o povo judeu. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu descreveu os comentários do brasileiro como "vergonhosos e graves". Lula também foi declarado como 'persona non grata' em Israel.
Brasil denunciou Israel em Haia
O governo brasileiro denunciou Israel pela invasão de territórios palestinos, durante audiência na Corte Internacional de Justiça. A delegação do Itamaraty apontou, nesta terça-feira, que as ocupações e violações por parte de Israel "não podem ser aceitas ou normalizadas pela comunidade internacional". O governo ainda chamou os atos israelenses de "ilegais" e equivalentes a uma "anexação".
O Brasil também apontou como a gravidade dos atos é "indiscutível". Para a delegação brasileira, é necessário que Haia se pronuncie para que "todos saibam" as implicações das consequências legais dos atos de Israel.
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