Rússia diz que discussão do G20 sobre Ucrânia é "destrutiva"
(Reuters) - br
A inclusão do tema da Ucrânia nas reuniões do G20 é destrutiva e a politização do Grupo é inaceitável, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta quarta-feira, antes da reunião de ministros das Relações Exteriores do G20 no Brasil.
Os chanceleres do G20 se reunirão no Rio de Janeiro nesta quarta, em sua primeira reunião do ano, presidida pelo Brasil.
De acordo com o site do G20 Brasil, o grupo deve discutir, entre outros assuntos, "a situação no Oriente Médio e a ofensiva russa na Ucrânia, que continuam a gerar preocupação global com a crise humanitária e as consequências geopolíticas e econômicas dos conflitos".
A Rússia disse que o tema da Ucrânia não é "essencial" para o G20.
"A delegação russa pretende chamar a atenção especial dos parceiros para a inaceitabilidade da politização do G20, que, de acordo com seu mandato, foi concebido para se concentrar estritamente nos desafios socioeconômicos", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado em seu site.
"A inclusão de questões não essenciais, incluindo a questão ucraniana, na agenda do G20 por instigação do Ocidente é destrutiva."
A Rússia, que lançou uma invasão em grande escala na Ucrânia há dois anos e, desde então, sofreu sanções pesadas de muitas das nações do G20, culpa os Estados Unidos e seus aliados por estimular Kiev com armas e dinheiro.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, está viajando para o Brasil para o encontro, que também contará com a presença do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, embora nenhuma reunião tenha sido agendada entre os dois.
O G20, em sua última cúpula de líderes em setembro, não condenou Moscou pela guerra na Ucrânia, mas pediu aos membros que evitassem o uso da força, com Lavrov elogiando o consenso e os aliados de Kiev dizendo que o G20 confirmou o isolamento da Rússia.
Lavrov participou da cúpula de 2023 no lugar do presidente Vladimir Putin, contra quem o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão pela suposta deportação ilegal de crianças da Ucrânia.
(Reportagem de Lidia Kelly em Melbourne)
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