A manifestação convocada por Jair Bolsonaro não terá efeito prático, a não ser manter mobilizada sua bolha de apoiadores, afirmou o colunista Tales Faria no UOL News desta terça (14).
Bolsonaro está errando o timing dessa manifestação. O Supremo não pensa em prendê-lo antes de uma condenação, a não ser que ele faça uma besteira e tente atrapalhar as investigações. Essa condenação não é para agora; vai demorar um pouco. Esse tipo de manifestação não surtirá efeito algum.
A manifestação não terá grandes influências, exceto entre os bolsonaristas, para alimentar a bolha e tentar mantê-la viva. Ele está sentindo que apareceu algum furo nessa bolha. À medida que as investigações avançam, aparecem esses furos e as pessoas se perguntam se devem permanecer nesse bloco do golpismo. Tales Faria, colunista do UOL
Para Tales, Bolsonaro age para evitar uma debandada entre seus apoiadores, temerosos com o andamento das investigações da Polícia Federal. Apesar dessa mobilização, o destino do ex-presidente dificilmente será alterado, na opinião do colunista.
Há gente se afastando. O [Alexandre] Ramagem foi excluído de alguns grupos bolsonaristas no WhatsApp. A turma está com medo. Bolsonaro faz essa convocação para ver se enche a bolha de ar e a mantém acesa. Se não, esses furos farão a bolha estourar ou esvaziar completamente.
Para o Supremo, não muda nada. Há o tempo dos juízes e do julgamento. Só depois disso ele poderá ser preso. Provavelmente será, porque está repleto de indícios e provas do envolvimento dele em várias questões golpistas. Tales Faria, colunista do UOL
O que aconteceu
Jair Bolsonaro e aliados divulgaram um vídeo nas redes sociais convocado um ato no próximo dia 25 na Avenida Paulista, em São Paulo.
O ex-presidente disse que será uma manifestação pacífica para "se defender de todas as acusações imputadas a ele".
Maierovitch: Bolsonaro pode ser preso em flagrante se incitar público em ato
Jair Bolsonaro corre o risco de ser preso em flagrante caso extrapole e incite o público durante a manifestação que convocou para o fim deste mês em São Paulo, como explicou o colunista Wálter Maierovitch.
O Supremo não vê elementos para decretar uma prisão preventiva, que é baseada na necessidade. Por enquanto, não há necessidade. Bolsonaro está exercitando um direito de reunião, de exteriorização de pensamento. Mas ele poderá extrapolar nessa reunião e estimular pessoas, cometendo crime de incitação. Ele poderá ser preso em flagrante delito. Wálter Maierovitch, colunista do UOL
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