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Senado dos EUA aprova ajuda de U$ 60 bi à Ucrânia, mas deputados devem barrar

Os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos, Volodymyr Zelensky e Joe Biden, se reuniram durante cúpula do G7 no Japão - Reprodução/Telegram
Os presidentes da Ucrânia e dos Estados Unidos, Volodymyr Zelensky e Joe Biden, se reuniram durante cúpula do G7 no Japão Imagem: Reprodução/Telegram

13/02/2024 11h11Atualizada em 13/02/2024 11h24

O Senado dos EUA adotou nesta terça-feira (13) um envelope de U$ 60 bilhões de ajuda para a Ucrânia e fundos para Israel e Taiwan, mas o texto parece estar condenado ao fracasso, porque os deputados republicanos na Câmara continuam a se recusar a aceitá-lo.

O Senado americano, de maioria democrata, validou, na madrugada desta terça-feira, um pacote de U$ 95 bilhões, que tinha sido negociado com afinco ao longo dos últimos meses.

Mas os aliados de Trump na Câmara dos Representantes, onde os republicanos são maioria, se recusaram na noite de segunda-feira (12) a examinar o texto como está. Sem o apoio republicano, o documento não será aprovado.

Apesar de tudo, este novo passo do Congresso rumo à adoção da ajuda a Kiev, bloqueada há vários meses, foi celebrado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse que estava "grato" aos senadores norte-americanos.

"Para nós, na Ucrânia, a ajuda americana contínua salva vidas humanas do terror russo" enquanto "lutamos pela liberdade, pela democracia", declarou ele no X (antigo Twitter).

Democratas e republicanos estão divididos há meses no Congresso americano sobre a questão da ajuda à Ucrânia, aliada dos Estados Unidos, em guerra com a Rússia há quase dois anos.

Os democratas são, em sua grande maioria, a favor. Os republicanos estão divididos entre intervencionistas, pró-Ucrânia, e apoiadores de Donald Trump, que são contra o apoio ao país do leste da Europa.

No meio da campanha presidencial, a questão se transformou em um impasse entre o presidente Joe Biden, que exige urgentemente estes novos fundos, e Donald Trump, que afirma que se fosse reeleito em novembro, resolveria a guerra entre a Rússia e a Ucrânia "em 24 horas" - sem realmente explicar como.

Trump não aprova

Não importa que o presidente democrata apoie o projeto, ou que tenha instado o Congresso a "adotá-lo rapidamente". Nestas negociações, é seu antecessor e provável rival nas eleições presidenciais que tem a última palavra.

Mike Johnson, o líder dos republicanos na Câmara dos Representantes, infligiu, na noite de segunda-feira, uma nova derrota aos apoiadores da ajuda à Ucrânia. Fiel a Donald Trump, ele garantiu ainda antes da votação no Senado que o texto negociado pelos senadores não seria examinado pela casa como está.

"O projeto de lei de ajuda externa do Senado permanece omisso sobre o problema mais premente que o nosso país enfrenta", disse Mike Johnson num comunicado, se referindo à crise migratória na fronteira dos Estados Unidos e do México.

Em troca da adoção da ajuda a Kiev, os republicanos exigem um reforço significativo da política de migração. E "na ausência de qualquer modificação" do Senado sobre o assunto, "a Câmara dos Representantes continuará a trabalhar de acordo com a sua vontade nestas importantes questões", assegurou.

Mike Johnson, como muitos republicanos no Congresso, segue as orientações de Donald Trump, que disse no sábado (10) que os Estados Unidos devem "parar de dar dinheiro sem esperar ser reembolsado".

O candidato republicano causou mais polêmica ao garantir que "encorajaria" a Rússia a atacar os países da OTAN se eles não pagassem sua parte, o que provocou uma chuva de críticas do outro lado do Atlântico.

"Estamos ajudando a Ucrânia com mais de U$ 100 bilhões a mais do que a OTAN", insistiu Donald Trump na noite de segunda-feira na sua rede Truth Social. "A OTAN deve igualar, e agora", exigiu. "Caso contrário, será América em primeiro lugar!", disse, numa referência à doutrina que colocou no centro da sua política externa, entre 2017 e 2021.

(Com informações da AFP)

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