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'Milagre' da libertação de reféns argentinos em Gaza deixa familiares 'em choque'

12/02/2024 17h19

Os dois reféns de origem argentina libertados em Gaza pelas forças israelenses puderam se reunir com suas famílias nesta segunda-feira (12), "um milagre" pelo qual ainda estão "em choque" após quatro meses de incerteza.

Fernando Marman, de 60 anos, e Louis Har, de 70, ficaram 128 dias sequestrados quando foram libertados durante uma grande operação noturna em Rafah, que incluiu bombardeios que, segundo o Hamas, deixaram uma centena de palestinos mortos.

Os dois argentino-israelenses, sequestrados pelo Hamas durante seu ataque em 7 de outubro no kibutz Nir Yitzhak, no sul de Israel, foram resgatados entre disparos por um comando que invadiu com explosivos o prédio onde estavam retidos pelo movimento islamista palestino.

Por volta das 03h15 do horário local, eles chegaram de helicóptero ao hospital Sheba de Ramat Gan, perto de Tel Aviv.

"Por volta das 03h00, recebemos uma ligação das autoridades israelenses, que nos disseram: 'Temos Fernando e Louis, venham vê-los no hospital'. Ficamos chocados. Não estávamos esperando", explicou Idan Bejerano, genro de Luis Har, aos jornalistas no centro médico.

"Quando os vimos, o coração batia a mil por hora, talvez mais. Houve muitas lágrimas, abraços e poucas palavras", explicou Bejerano.

Também no centro médico, a sobrinha de Marman, Gefen Sigal Ilan, não conseguia parar de tremer após o anúncio da libertação de seu tio.

Estou "em choque", "quando o vi, não podia acreditar que fosse verdade", declarou a mulher de 36 anos à AFP, visivelmente emocionada, acrescentando que os dois homens estão "muito magros, muito pálidos".

Para o diretor do hospital, Arnon Afek, "o momento mais emocionante foram os abraços em silêncio" durante o reencontro. "Vou me lembrar desse momento pelo resto da minha vida", assegurou.

- 'É um milagre' -

No final de novembro, o hospital Sheba já havia acolhido cerca de trinta reféns libertados no âmbito de um acordo de cessar-fogo.

"O que aprendemos é que além do aspecto puramente físico, há o psicológico. É preciso paciência. Saber como foram tratados levará tempo", explicou Afek.

"O tempo que ficarão dependerá de seus resultados [médicos]", acrescentou.

Uma porta-voz do hospital detalhou depois que embora ambos estivessem "estáveis", eram "evidentes" os "sinais de cativeiro prolongado e a falta de atendimento médico" durante sua retenção em Gaza.

A espera também não foi fácil para os familiares. Nestes últimos quatro meses, "nos deitávamos exaustos, nos levantávamos cansados. Havia rumores, vídeos [sobre reféns], foi muito difícil", afirmou Idan Bejerano.

Em 7 de outubro, Louis, residente no kibutz Urim, estava na casa de sua parceira Clara, em Nir Yithzak, com outros três membros da família estendida: Fernando Marman, Gabriela Leimberg e Mia Leimberg.

Quando combatentes do Hamas atacaram, eles se entrincheiraram no quarto seguro da casa e tentaram bloquear a porta com uma cadeira, mas foram sequestrados.

As mulheres foram libertadas no final de novembro no âmbito de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas.

No kibutz Urim, a cerca de quinze quilômetros de Nir Yitzhak, Shabi esperava seu amigo Louis. "Eu o conheço há mais de trinta anos. [...] É um cara simples, tranquilo, que sorri o tempo todo. E muito bom cozinheiro, prepara um churrasco muito bom", acrescentou.

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© Agence France-Presse

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