Três pessoas morrem em meio a protestos no Senegal contra adiamento de eleições presidenciais
Por Diadie Ba e Ngouda Dione
DACAR (Reuters) - Subiu para três o número de mortos no Senegal em meio aos protestos contra o adiamento das eleições presidenciais para dezembro, à medida em que crescem as preocupações de que uma das últimas democracias remanescentes em uma África Ocidental repleta de golpes de estado esteja sob ameaça.
O anúncio do adiamento apenas três semanas antes da eleição que aconteceria no dia 25 de fevereiro desencadeou confrontos violentos na sexta-feira entre manifestantes e a polícia em Dacar e em várias outras cidades, numa onda de agitação que muitos temem que se transforme em uma instabilidade prolongada.
O presidente Macky Sall disse que o adiamento é necessário porque as disputas eleitorais ameaçam a credibilidade da votação, mas alguns deputados da oposição denunciaram a medida como um "golpe institucional".
À medida que o clamor público aumenta, o bloco regional da África Ocidental, a CEDEAO, e as potências estrangeiras pediram que Sall coloque o país de volta em uma situação eleitoral regular.
A morte de um jovem no meio dos protestos na cidade de Zinguinchor, no sul, na noite de sábado, elevou o número de mortos desde sexta-feira para três, de acordo com a Cartogra Free Senegal (CFS), uma plataforma da sociedade civil que rastreia as vítimas.
“Tentamos salvá-lo quando ele chegou ao hospital e infelizmente acabou morrendo na terapia intensiva”, disse Ndiame Diop, gerente do hospital Ziguinchor, à Reuters, dizendo que não foi possível determinar a causa exata da morte sem uma autópsia.
Um porta-voz do Ministério do Interior não respondeu à solicitação de entrevista. O ministério confirmou até agora apenas uma morte, um estudante na cidade de Saint-Louis, no norte, na sexta-feira. A Reuters não conseguiu confirmar de forma independente uma segunda morte reportada pelo CFS: um comerciante de 23 anos nos arredores de Dakar.
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