Topo
Entretenimento

Glitter faz mal? Qual o jeito certo de tirar do corpo sem poluir?

Glitter: uso exige alguns cuidados - iStock
Glitter: uso exige alguns cuidados Imagem: iStock
do UOL

de Ecoa, em São Paulo (SP)*

11/02/2024 04h00

É provável que, em meio à preparação para o carnaval, você já tenha feito essa pergunta: glitter faz mal ao meio ambiente? Pode ou não pode usar?

O glitter pode, sim, fazer mal à natureza. O problema está relacionado à própria composição do material, que é um microplástico feito de filme poliéster PET, revestido de alumínio e outra camada de plástico.

Embora o glitter seja prejudicial ao meio ambiente, há atividades que geram resíduos plásticos em escalas muito superiores no mundo todo diariamente e que também precisam ser discutidas.

Glitter - iStock - iStock
Glitter
Imagem: iStock

O glitter é formado por plástico, metal e outros aditivos para dar cor ao produto. Por ser cortado em partículas muito pequenas, com menos de 5 milímetros, esse material, quando escorre por ralos, não é removido facilmente pelo sistema de tratamento de esgoto.

O destino final acaba sendo rios e oceanos. Como um plástico leva anos para se degradar, isso não se decompõe rápido, pode ser ingerido pela fauna marinha e interferir em toda a cadeia alimentar aquática.

O problema começa com a infiltração de microplásticos como o glitter no ecossistema aquático.Os estragos causados pelo produto seguem a ordem da cadeia alimentar, com a ingestão do microplástico por algas, plânctons e peixes, até chegar aos seres humanos que consomem o animal contaminado.

No final dessa cadeia alimentar, os seres humanos também estão bastante expostos a esses contaminantes. Microplásticos já foram encontrados em pulmões, fígados, baços e rins humanos.

Glitter - iStock - iStock
Passando glitter Carnaval
Imagem: iStock

O glitter biodegradável é uma alternativa mais sustentável?

Apesar de não ser produzido com plástico, o glitter biodegradável nem sempre será a opção mais segura para o meio ambiente. Já existem estudos indicando que mesmo a versão ecológica, com materiais como celulose, pode ser prejudicial. Isso porque o produto poderia acumular poluentes.

Além disso, o preço do glitter biodegradável nem sempre é acessível a todos os foliões.

Como, então, aproveitar a folia sem colocar o meio ambiente em risco?

Uma alternativa para minimizar o impacto do descarte do glitter em grande quantidade é evitar retirá-lo do corpo e rosto diretamente na água, como no banho. A recomendação é usar algum tipo de resíduo para fazer essa remoção, como algodão e lenços umedecidos, e descartá-lo no lixo.

Passando glitter no Carnaval - iStock - iStock
Passando glitter no Carnaval
Imagem: iStock

Outra possibilidade é a substituição da purpurina tradicional por condimentos, como pó de urucum e páprica. O glitter comestível, usado na decoração de bolos e doces, feito com gelatina em pó e corante comestível, também poderia ser uma opção.

Fontes: Rafaela da Silva Limons da Cunha, professora do curso de engenharia ambiental da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Bruno Yamanaka, especialista do Instituto Akatu, e Alessandra Larissa Fonseca, professora da Coordenadoria Especial em Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

* Com reportagem publicada em 20/02/2023

Entretenimento