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10 meses

Biden critica comentários 'chocantes e perigosos' de Trump sobre Otan

JONATHAN ERNST/REUTERS
Imagem: JONATHAN ERNST/REUTERS

11/02/2024 20h59Atualizada em 12/02/2024 14h56

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou como "chocantes e perigosos" os comentários de Donald Trump que minimizam os compromissos com a Otan e alertou, neste domingo (11), que o magnata está tentando dar ao presidente russo, Vladimir Putin, "sinal verde para mais guerra e violência".

Biden fez estas críticas em resposta ao discurso de Trump no sábado que poderia "encorajar" a Rússia a atacar membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) que não cumpram suas obrigações financeiras, no ataque mais extremo do candidato à presidência americana contra a aliança militar.

Os comentários de Trump, feitos em um comício político na Carolina do Sul, causaram duras advertências no país e no exterior ao considerar que colocavam em perigo a Aliança e renovavam as dúvidas sobre o compromisso dos Estados Unidos com o tratado de defesa mútua caso Trump vença as eleições em novembro.

"A admissão de Trump de que pretende dar a Putin sinal verde para mais guerra e violência, para continuar seu brutal ataque contra a Ucrânia livre, e estender sua agressão ao povo da Polônia e aos estados bálticos é chocante e perigosa", disse Biden em um comunicado.

Em seu discurso, o ex-presidente citou uma conversa com um governante não identificado durante uma reunião da Otan.

"O presidente de um país grande se levantou e perguntou: 'Bem, senhor, se não pagarmos e a Rússia nos atacar, você nos protegeria?'", relatou Trump.

"Eu não os protegeria. Pelo contrário, eu os incentivaria a fazer o que quiserem. Eles têm que pagar, eles têm que pagar suas contas", enfatizou.

No sábado, um porta-voz da Casa Branca já havia rejeitado as declarações feitas por Trump.

"Incentivar invasões de nossos aliados mais próximos por regimes assassinos é chocante e insano", disse o porta-voz Andrew Bates.

O Senado dos Estados Unidos debaterá na próxima semana um pacote de ajuda que inclui US$ 95 bilhões (R$ 472,2 bilhões) para a Ucrânia, para a luta de Israel contra o grupo islamista palestino Hamas e para Taiwan, seu aliado estratégico.

A maior parte seria para ajudar a Ucrânia a reabastecer seu esgotado arsenal apenas alguns dias antes do segundo aniversário da guerra.

'Mina' a segurança

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou neste domingo que essas declarações de Trump "minam a segurança de todos".

"Qualquer sugestão de que os aliados não se defenderão mutuamente mina a segurança de todos, incluindo a dos Estados Unidos, e expõe os soldados americanos e europeus a um risco maior", destacou em comunicado.

Stoltenberg acrescentou que espera que "não importa quem vença as eleições presidenciais, os Estados Unidos continuem sendo um aliado forte e comprometido da Otan".

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também classificou os comentários como "imprudentes" e acrescentou que "só podem servir aos interesses de Putin".

Sua rival nas primárias republicanas e ex-governadora da Carolina do Sul, Nikky Haley, também opinou sobre os comentários de Trump sobre a Otan.

"O que me incomoda sobre isso é ficar do lado de um valentão que assassina seus oponentes. Não fique do lado de alguém que entrou e invadiu um país e meio milhão de pessoas foram mortas ou feridas", disse Haley no programa "Face the Nation" da CBS News.

No sábado, Trump havia lançado comentários irônicos sobre Haley durante o comício.

"Onde está seu marido? Oh, não está aqui, não está aqui!", disse com ironia para destacar que Michael Haley, marido da candidata republicana, não a acompanha em seus eventos eleitorais.

Bastante distante de Trump, a ex-embaixadora da ONU replicou secamente na rede X.

"Michel está servindo ao seu país, algo sobre o qual você não sabe nada. Uma pessoa que falta permanentemente com respeito ao sacrifício das famílias militares não tem nada a fazer como comandante em chefe", afirmou Haley.

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