Presidente iraniano desiste de ir à Suíça após denúncia por crimes contra humanidade
O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, foi denunciado nesta segunda-feira (11) perante a justiça da Suíça por crimes contra a humanidade relacionados a um expurgo de dissidentes em 1988, uma denúncia que o fez desistir da viagem que tinha previsto ao país europeu para esta semana.
A denúncia, datada desta segunda-feira e que a AFP pôde consultar, pede ao procurador federal suíço, Andreas Muller, que garanta a prisão e a acusação do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, "por sua participação em atos de genocídio, tortura, execuções extrajudiciais e outros crimes de lesa-humanidade".
Raisi planejava participar do Fórum Mundial dos Refugiados das Nações Unidas, que começa em Genebra na quarta-feira (13).
A Procuradoria não confirmou ter recebido a denúncia, apresentada por três supostas vítimas da repressão iraniana contra os dissidentes na década de 1980.
Há tempos, as organizações de direitos humanos exigem justiça pelas supostas execuções extrajudiciais de milhares de pessoas, principalmente jovens, nas prisões iranianas no verão de 1988, quando terminava a guerra com o Iraque.
Os mortos eram, principalmente, apoiadores da Organização Popular Mujahedine do Irã (MEK, ou PMOI), considerada uma organização terrorista pelo Irã, país que apoiou o Iraque nesse conflito.
Os denunciantes afirmam que podem identificar Raisi, pessoalmente, como membro de uma comissão que enviou milhares de opositores presos para a morte durante a repressão. Na época, Raisi era procurador-geral adjunto de Teerã.
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