Memorial Yad Vashem denuncia 'câncer' do antissemitismo em universidades dos EUA
O presidente do memorial da Shoah de Israel comparou, neste domingo (10), o antissemitismo nas universidades americanas a um "câncer" que "arruinará" o ensino superior nos Estados Unidos "se as medidas necessárias não forem tomadas agora".
"É um processo canceroso", declarou Dani Dayan em entrevista à AFP no instituto internacional para a memória da Shoah Yad Vashem, em Jerusalém.
Desde os ataques sangrentos do Hamas contra Israel em 7 de outubro, que deixaram 1.200 mortos, seguidos pela retaliação de Israel na Faixa de Gaza, com um número provisório de mais de 17.700 mortos, o conflito afetou universidades da Costa Leste, como Harvard, perto de Boston, a Universidade da Pensilvânia (UPenn) na Filadélfia e Columbia em Nova York.
Elizabeth Magill, presidente da UPenn, renunciou no sábado após uma audiência criticada no Congresso em Washington com Claudine Gay, da Harvard, e Sally Kornbluth, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT).
As três mulheres responderam a perguntas da parlamentar republicana Elise Stefanik, que transformou os apelos dos estudantes por uma "intifada" a uma exortação por "um genocídio contra os judeus em Israel e no mundo".
O chefe do fundo de investimentos Apollo Global Management e um importante doador da UPenn, Marc Rowan, pediu a renúncia de Elizabeth Magill, censurando-a por ter sediado um festival de literatura palestina que contou com a participação de "notórios antissemitas".
"É muito preocupante que o epicentro do antissemitismo nos Estados Unidos esteja agora nos campi universitários e particularmente nos estabelecimentos mais elitistas que deveriam preparar os futuros dirigentes dos Estados Unidos", disse Dani Dayan, depois de tomar conhecimento da renúncia de Magill.
O Congresso abriu uma investigação parlamentar sobre o que chamou de "antissemitismo endêmico" nos campi universitários americanos.
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