Presidente de Harvard é criticada após audiência sobre antissemitismo no Congresso
A presidente da prestigiosa Universidade de Harvard, Claudine Gay, enfrentou fortes críticas nesta quarta-feira (6) e é alvo de pedidos de demissão após uma audiência no Congresso dos Estados Unidos sobre o antissemitismo nos campi universitários.
Não é a primeira vez que Gay e sua instituição se encontram no centro da polêmica: o conflito entre Israel e Hamas despertou paixões em muitas das universidades mais renomadas dos Estados Unidos, e Harvard, em particular, recebeu pedidos de doadores para condenar os grupos estudantis pró-palestinos.
Na terça-feira, Gay e outros dois reitores universitários compareceram a uma comissão parlamentar sobre este tema, cujo objetivo declarado era fazê-los "prestar contas" após as "inúmeras manifestações antissemitas".
A deputada republicana Elise Stefanik comparou os apelos de alguns estudantes a uma "intifada" - termo árabe que significa "levante" e se refere especialmente à primeira revolta palestina de 1987 contra a ocupação israelense - com uma incitação ao "genocídio contra os judeus em Israel e no mundo".
Stefanik exigiu que Gay respondesse se esse tipo de slogan era contrário ao código de conduta de Harvard.
"Temos um compromisso com a liberdade de expressão, mesmo de opiniões censuráveis, insultantes e cheias de ódio", respondeu Gay.
"Quando a expressão se torna um comportamento que viola nossas políticas, incluindo as relacionadas ao assédio e intimidação, tomamos medidas". O argumento não agradou a Stefanik, que exigiu a renúncia "imediata" de Gay.
O senador republicano Ted Cruz disse na rede X que a resposta da presidente de Harvard era "vergonhosa", enquanto o professor de Direito Laurence Tribe lamentou "as respostas hesitantes, estereotipadas e estranhamente evasivas de Claudine Gay".
O colunista e pesquisador Shadi Hamid também considerou "embaraçosa" a resposta de Gay, mas "porque aceitou a premissa de Stefanik de que dizer 'intifada' equivale a chamar ao genocídio, o que é ridículo".
Gay foi obrigada a esclarecer seus comentários em uma breve declaração nesta quarta-feira.
"Alguns confundiram o direito à liberdade de expressão com a ideia de que Harvard toleraria apelos à violência contra os estudantes judeus. Quero ser clara: os apelos à violência ou ao genocídio contra a comunidade judaica, ou contra qualquer outro grupo étnico ou religioso, são desprezíveis", disse.
Esses apelos "não têm lugar em Harvard, e aqueles que ameaçam nossos estudantes judeus terão que prestar contas", afirmou.
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