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Exército israelense continua bombardeios em Gaza e ajuda humanitária volta a ser interrompida

02/12/2023 16h23

O Exército israelense bombardeou no sábado (2) a Faixa de Gaza, onde o número de mortos aumentou, de acordo com o Hamas. O governo de Israel lamenta um "impasse" nas negociações com o movimento islâmico palestino, um dia após o fim da trégua, enquanto entrada de caminhões com ajuda humanitária no enclave foi quase totalmente interrompida. 

 

O braço armado do Hamas e o da Jihad Islâmica, um movimento afiliado, também anunciaram que dispararam "foguetes" no sábado contra várias cidades de Israel, entre elas Tel Aviv, sem causar vítimas.

O exército israelense indicou que atingiu "mais de 400 alvos" na Faixa de Gaza desde a retomada das hostilidades na manhã de sexta-feira (1º), incluindo 50 na região de Khan Younes (sul), onde o necrotério do principal hospital está superlotado, de acordo com um correspondente da AFP.

O Ministério da Saúde do Hamas, no poder no território palestino sitiado, reporta agora um número de mais de 240 mortos e 650 feridos desde o fim da trégua.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do movimento islâmico palestino em Israel, em 7 de outubro, que deixou 1.200 mortos, a maioria civis, segundo as autoridades.

Em retaliação, Israel realizou bombardeios contra o território palestino, onde lançou uma ofensiva terrestre em 27 de Outubro. Segundo o governo do Hamas, mais de 15 mil pessoas, incluindo mais de 6.150 com menos de 18 anos, morreram até agora na Faixa de Gaza.

Objetivo "deve ser especificado"

Israel e o Hamas se responsabilizam mutuamente pelo fim da trégua, que permitiu a libertação de cerca de uma centena de reféns em troca de 240 prisioneiros palestinos. O cessar-fogo também permitiu a aceleração da ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

O Hamas, considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel, disse ter "proposto uma troca de prisioneiros e idosos" entre os reféns e a entrega dos corpos dos sequestrados que "morreram em bombardeios israelenses", a Tel Aviv. 

Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o movimento islâmico de ter "violado o acordo" e de "disparar foguetes" contra Israel.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também considerou no sábado que o objetivo de Israel de "destruição total do Hamas" deve ser "especificado", porque corre o risco de gerar "dez anos" de guerra.

Macron, que está em Dubai na conferência climática da ONU, a COP28, disse que "esforços redobrados para alcançar um cessar-fogo duradouro" devem ser feitos, acreditando que a "segurança duradoura" de Israel não pode ser garantida se "vier à custa das vidas palestinas e, portanto, do ressentimento de todas as opiniões públicas na região".

Ajuda humanitária volta a ser interrompida

Além de Gaza, Israel realizou ataques na Síria, perto de Damasco, contra locais pertencentes ao Hezbollah libanês, nos quais foram mortos quatro combatentes, incluindo dois membros da Guarda Revolucionária Iraniana, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

O exército israelense, questionado pela AFP, não fez comentários.

Os confrontos na fronteira libanesa-israelense também recomeçaram na sexta-feira, após o fim da trégua. O Hezbollah, aliado do Hamas, que assumiu a responsabilidade pelos ataques contra Israel, relatou a morte de dois de seus membros nos bombardeios israelitas no sul, onde um civil também foi morto.

"Se a violência recomeçar nesta escala e intensidade, podemos assumir que centenas de crianças serão mortas e feridas todos os dias", alertou a diretora executiva da UNICEF, Catherine Russell.

Especialmente porque a ajuda humanitária, que chegou de forma mais ampla durante a trégua de sete dias, embora permanecesse muito insuficiente segundo a ONU, foi mais uma vez quase totalmente restringida pelo reinício das hostilidades.

No sábado, o Crescente Vermelho Palestino, no entanto, indicou que tinha "recebido caminhões de ajuda" através do terminal egípcio de Rafah, o posto fronteiriço com Gaza, o primeiro desde o fim do cessar-fogo temporário.

(Com informações da AFP)

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