Putin não promoverá paz na Ucrânia antes de eleições de 2024 nos EUA, diz autoridade norte-americana
Por Humeyra Pamuk e Simon Lewis
BRUXELAS/WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não promoverá a paz na Ucrânia antes de conhecer os resultados das eleições de novembro de 2024 nos Estados Unidos, disse uma autoridade do Departamento de Estado norte-americano na terça-feira, em meio a preocupações de que uma possível vitória do ex-presidente Donald Trump poderia acabar com o apoio ocidental a Kiev.
Trump, que está buscando voltar à Casa Branca em 2024 e é o principal candidato à indicação presidencial republicana, tem criticado duramente o apoio dos EUA a Kiev.
Uma autoridade graduada que falou com repórteres após uma reunião de ministros das Relações Exteriores da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Bruxelas disse que a aliança reiterou seu apoio à Ucrânia, sabendo que um acordo de paz no próximo ano é improvável.
"Minha expectativa é de que Putin não promoverá a paz antes de ver o resultado de nossa eleição", disse a autoridade, que falou sob condição de anonimato para discutir os resultados da reunião.
Perguntado se eles estavam expressando uma opinião pessoal ou a visão do governo dos EUA, a autoridade disse que é uma "premissa amplamente compartilhada".
"Esse foi o contexto no qual todos os aliados expressaram forte apoio à Ucrânia" na reunião da Otan na terça-feira, acrescentou a autoridade, sem mencionar Trump pelo nome ou dizer explicitamente como o resultado da eleição afetaria o apoio à Ucrânia.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada em meados de novembro mostrou Trump e o presidente Joe Biden em uma disputa acirrada, com o republicano somando 51% das intenções de voto contra 49% do democrata. Esse resultado ficou dentro da margem de erro da pesquisa, de cerca de quatro pontos percentuais.
Biden tem concedido ajuda militar maciça e outros tipos de apoio a Kiev desde a invasão em grande escala realizada pela Rússia em fevereiro de 2022, mas o financiamento adicional para a Ucrânia está sendo retido pela Câmara dos Deputados controlada pelos republicanos.
Neste mês, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, convidou Trump, que disse que poderia acabar com a guerra em 24 horas se fosse eleito, para ir ao país e ver pessoalmente a dimensão do conflito.
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