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Após onda de calor, enchentes na Grécia, na Turquia e na Bulgária causam ao menos 11 mortes

do UOL

06/09/2023 10h31

Depois de dias de calor extremo, chuvas torrenciais caíram em regiões da Grécia, da Bulgária e da Turquia. Ao menos 11 pessoas morreram nas enchentes provocadas pela tempestade Daniel, conforme anunciaram autoridades nesta quarta-feira (6). 

Com informações de Joël Bronner, correspondente da RFI na Grécia, e Simon Rozé

O Mediterrâneo assiste a sucessivas catástrofes naturais nas últimas semanas. No final de semana, a floresta de Dadia, na Grécia, era atingida pelo maior incêndio já registrado na União Europeia. As cenas de fogo retomavam os dramas vividos pouco tempo antes na Ilha de Rodes e na região de Atenas.

Após um período de calor extremo, agora a tempestade Daniel, formada no Mar Jônico, provoca novas tragédias na Grécia, na Bulgária e na Turquia

Na Grécia, os danos causados pela tempestade Daniel concentram-se na zona em torno de Volos, uma cidade com uma população de cerca de 150 000 habitantes, próxima do Monte Pelion. Com as fortes chuvas das últimas horas, o rio que atravessa a cidade, o Krafsidonas, transbordou as suas margens e a água invadiu as ruas e vielas do centro. 

Na mesma zona de Volos, um muro ruiu devido ao mau tempo, provocando a morte de um homem de 51 anos. Uma mulher de 87 anos é a segunda vítima oficial, ela foi arrastada pela enchente. 

"Nunca vi nada assim, milhares de lojas e edifícios foram inundados em Volos e ninguém está aqui para nos ajudar", disse Vassilis Tsalamouras, de 58 anos, residente na cidade grega central.

A eletricidade está cortada em Volos desde a manhã de terça-feira. Os povoados vizinhos também foram afetados por deslizamentos de terras e enchentes.

"Trata-se de um fenômeno extremo", declarou o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, sobre a tempestade Daniel. 

À medida que o mundo aquece, a atmosfera contém mais vapor d'água, o que aumenta o risco de precipitação intensa em algumas partes do mundo.

Na Europa, a causa é um furacão no Mediterrâneo, uma combinação de um sistema de baixa pressão sobre a Grécia e um mar anormalmente quente após o verão: "Neste momento, há anomalias no Mediterrâneo da ordem de 3 a 4 graus Celsius acima do normal. Então, já estamos vivendo no mundo que nos espera em 2050", explica Davide Faranda, pesquisador do Laboratório de Ciências do Ambiente e do Clima.

4 mortos e 6 desaparecidos na Turquia

Em Istambul, as chuvas vieram depois de um verão particularmente seco, que fez com que os reservatórios de água da cidade de 16 milhões de habitantes caíssem para seu nível mais baixo em nove anos. 

Duas pessoas morreram devido às inundações em Istambul, segundo o governo local. No noroeste da Turquia, os serviços de emergência confirmam quatro mortes e dois desaparecidos nas enchentes de Kirklareli.

A costa búlgara do Mar Negro também foi atingida pelas chuvas intensas, que causaram a morte de pelo menos três pessoas.

"É um desastre... o terreno íngreme (ao longo da costa) cria um enorme perigo", lamentou o primeiro-ministro búlgaro Nikolay Denkov.

Ao menos 4 mil pessoas foram atingidas pelas chuvas na região sudeste do país. Muitos turistas estão bloqueados na área devido ao deslizamentos de terra e aos riscos de saída enquanto as chuvas continuarem, segundo informou a ministra do Turismo Zaritsa Dinkova.

(Com informações da AFP)

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