Ministério da Saúde anuncia antecipação do envio ao Brasil da vacina anticovid da Pfizer
Rio de Janeiro, 15 Abr 2021 (AFP) - O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou nesta quarta-feira (14) que a Pfizer vai antecipar a entrega para o Brasil de sua vacina anticovid, e incentivou aqueles que deixaram de tomar a segunda dose dos imunizantes disponíveis - estimados em mais de 1,5 milhão de pessoas - a fazê-lo.
O imunizante da Pfizer, de duas doses, começará a chegar ao país no fim de abril, com 15,5 milhões de doses previstas até junho. O governo anunciou que conseguiu antecipar o envio de 2 milhões de doses desta vacina no primeiro trimestre.
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"Aqui eu trago para os senhores uma boa notícia, que é justamente a antecipação de doses da vacina Pfizer, que resulta em 15,5 milhões de doses da Pfizer já nos meses de abril, maio e junho", disse Queiroga, em Brasília, destacando que a negociação foi fruto de uma ação direta do presidente Jair Bolsonaro com o executivo principal da Pfizer.
O Brasil está imunizando a população principalmente com a vacina chinesa CoronaVac, com um intervalo de 28 dias entre as duas doses, e em menor proporção com a da AstraZeneca/Oxford, que prevê um intervalo de 84 dias.
Até agora, o país que tem 212 milhões de habitantes, vacinou 23,8 milhões de pessoas com a primeira dose e 7,3 milhões com a segunda, segundo cifras do Ministério da Saúde.
O governo pretende acelerar o ritmo da vacinação e aplicar 2,4 milhões de doses por dia, capacidade máxima do seu Programa Nacional de Imunização (PNI), mas desde que iniciou sua campanha, em janeiro, enfrenta escassez de insumos e atrasos na importação das doses.
O cronograma oficial prevê contar com um total de 520 milhões de doses de vacinas contra a covid em 2021, porém mais da metade estão previstas para o segundo semestre.
Especialistas atribuem parte desta escassez à demora do governo para celebrar acordos de compra com os diferentes grupos farmacêuticos.
O Ministério da Saúde também informou que um total de 1.514.627 brasileiros ainda não se apresentou no prazo previsto aos postos de saúde para tomar a segunda dose da vacina anticovid e a pasta busca reforçar sua campanha para que completem a imunização.
"Precisamos nos comunicar de forma eficiente com a população para que realmente se engaje, seja para comparecer às salas de vacinação para tomar a primeira e a segunda dose, seja para adotar as outras medidas, uso de máscaras, distanciamento", afirmou o ministro da Saúde.
O Ministério da Saúde exortou as pessoas a tomar a segunda dose, mesmo que com atraso.
Autoridades sanitárias dos diferentes estados e municípios do país, fonte primária dos dados sobre a vacinação, apontam, no entanto, que pode haver uma defasagem entre os números apresentados pelo ministério e que a quantidade real de pessoas que não tomaram a segunda dose pode ser menor.
"Pela necessidade da população de tomar a vacina, não acredito que isso está acontecendo, que as pessoas não estão indo procurar [a segunda dose]. Eu acredito que o que está acontecendo é esse delay na informação do dado para o Ministério da Saúde", afirmou à TV Globo Mauro Junqueira, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais da Saúde (Conasems).
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