Relatório acusa China de destruir milhares de mesquitas em Xinjiang
Pequim, 25 Set 2020 (AFP) - A China teria destruído ou danificado milhares de mesquitas em Xinjiang (noroeste), de acordo com um relatório publicado nesta sexta-feira por um instituto de pesquisa australiano e financiado pelo Departamento de Estado americano.
Nos últimos anos quase 16.000 mesquitas foram destruídas ou danificadas nesta região de maioria muçulmana, afirma em um relatório o Instituto Australiano de Política Estratégica (ASPI), um organismo de pesquisa criado pelo governo da Austrália.
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Os investigadores se baseiam em fotos de satélite e "extrapolações". Depois de analisar 533 mesquitas (das 24.000 que existem oficialmente em Xinjiang, segundo as autoridades chinesas), os pesquisadores fizeram cálculos com base em modelos estatísticos.
A maior parte da destruição aconteceu nos últimos três anos e 8.500 mesquitas foram completamente destruídas, segundo o relatório.
De outras foram retiradas as cúpulas e os minaretes, segundo os investigadores, que calculam que 15.500 mesquitas permanecem de pé em Xinjiang.
O estudo foi financiado pelo Departamento de Estado americano, segundo o ASPI. Washington enfrenta Pequim em muitas questões e está na linha de frente para denunciar a política chinesa em Xinjiang.
As autoridades chinesas estão reforçando seu controle em nome da luta contra o terrorismo nesta região parcialmente desértica, afetada durante muito tempo por ataques atribuídos a membros da etnia muçulmana dos uigures.
Mais de um milhão de pessoas, principalmente muçulmanas, foram internadas em "campos", segundo organizações de defesa dos direitos humanos.
A China afirma que os locais são "centros de formação profissional", cujo objetivo é ajudar as pessoas a encontrar um trabalho e afastá-las do extremismo religioso.
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