Liberação de capital pode alavancar novas operações de até 30 bi, diz Febraban
Aline Bronzati
São Paulo
09/04/2020 16h24
"Essa iniciativa, que vem em boa hora, deve, portanto, estimular o direcionamento de recursos para esse importante segmento da economia, um dos mais afetados na crise atual e que, por isso, tem merecido outras iniciativas do setor, como o financiamento da folha de pagamento de milhões de empregados", avaliou o presidente da Febraban, em nota ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
Isso ocorre porque o BC reduziu o fator de ponderação de risco (FPR) de 100% para 85% em operações de crédito voltada às PMEs. A medida, conforme Sidney, reduz a necessidade de alocação de capital e, portanto, o custo dessas operações para os bancos também diminui.
Sobre a flexibilização da resolução 2.682, que trata das provisões, o presidente da Febraban considerou a medida, antecipada pelo Broadcast na última segunda-feira, "muito inteligente" uma vez que considera as dificuldades atuais "sem abrir mão da prudência regulatória".
Ele lembra que com o volume expressivo de pedidos de renegociação de dívidas, ao redor de 2 milhões, mais a volatilidade da economia, é natural que, mesmo clientes com boa classificação de risco, fiquem atrasados em alguma parcela de seus compromissos.
Conforme a regra anterior, mesmo após a renegociação da dívida, a classificação de risco do cliente teria de ser piorada e não poderia voltar ao nível anterior à renegociação. Assim, os bancos tinham que constituir um volume maior de provisão, o que diminui seu capital e limita sua capacidade de emprestar.
"O BC, compreensível a essa situação, alterou a regra de provisão, permitindo que o banco renegocie a dívida e considere a classificação de risco anterior do cliente, sem a necessidade, portanto, de aumentar a provisão além do que já tinha", avalia Sidney.