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China diz que chefe da OMS é contra saída de pessoas por vírus, mas países planejam retiradas

28/01/2020 09h18

Por Tony Munroe e Gabriel D. Crossley

PEQUIM (Reuters) - O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta terça-feira que confia na capacidade da China de conter um novo coronavírus que matou 106 pessoas e declarou que não vê necessidade da retirada de estrangeiros do país, informou o Ministério das Relações Exteriores da China.

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Um número crescente de países tem afirmado que retirará seus cidadãos de Wuhan, uma cidade no centro da China com 11 milhões de pessoas e o epicentro do surto. Um avião fretado para retirar funcionários do consulado dos Estados Unidos deve deixar Wuhan na quarta-feira, disse uma porta-voz da embaixada dos EUA em Pequim. Algum espaço estava sendo oferecido a outros cidadãos norte-americanos.

A Índia disse estar se preparando para retirar seus cidadãos da província de Hubei, da qual Wuhan é a capital.

Existe uma preocupação cada vez maior sobre o impacto do coronavírus na segunda maior economia do mundo, em meio a proibições de viagens e um feriado prolongado do Ano Novo Lunar.

As ações globais caíram novamente, os preços do petróleo atingiram mínimas de três meses e a moeda chinesa caiu ao valor mais fraco em 2020.

O chefe da OMS disse, em uma reunião com o conselheiro de Estado Wang Yi em Pequim, que aprovou as medidas do governo para conter o surto, segundo o Ministério das Relações Exteriores.

"Tedros disse que a OMS não defende que os países retirem seus cidadãos da China, acrescentando que não há necessidade de exagerar", informou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado. "Ele disse que a OMS está confiante na capacidade da China de prevenir e controlar a epidemia."

O chefe da OMS, que também se reuniu com o presidente Xi Jinping, não estava disponível para comentar. Um painel de 16 especialistas independentes da OMS se recusou, duas vezes na semana passada, a declarar uma emergência internacional por causa do surto.

O vírus semelhante à gripe se espalhou para o exterior, com Sri Lanka e Alemanha como os mais recentes países a serem atingidos, mas nenhuma das 106 mortes ocorreu fora da China, e todas, com exceção de seis, foram na cidade de Wuhan, onde o vírus surgiu no mês passado.

A Tailândia confirmou mais seis infecções entre os visitantes da China, elevando para 14, o número mais alto fora da China. As regiões do extremo leste da Rússia fecharão suas fronteiras com a China até 7 de fevereiro, disse a agência de notícias Tass, citando o governo regional.

O governo chinês de Hong Kong disse que os serviços de balsa transfronteiriça vão ser interrompidos.

Wuhan, onde o vírus aparentemente passou para um ser humano em um mercado ilegal de animais silvestres, foi praticamente colocada em quarentena, com um bloqueio no transporte e a proibição de reuniões.

A OMS disse que apenas um dos casos no exterior envolvia transmissão de humano para humano. "Estamos monitorando o surto constantemente", afirmou a OMS no Twitter.

(Reportagem de Winni Zhou, Sun Yilei, Cheng Leng, David Stanway e Josh Horwitz, em Xangai; Cate Cadell, Gabriel Crossley, Tony Munroe e Yawen Chen, em Pequim; reportagem adicional de Michelle Nichols, na ONU; Hideyuki Sano, em Tóquio; Stephanie Nebehay, em Genebra; Kate Kelland, em Londres; Ben Blanchard, em Taipé; Waruna Karunatilake, em Colombo; Matthias Blamont, em Paris)

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