Fernández avisa FMI que Argentina não fará mais ajustes
Buenos Aires, 20 Nov 2019 (AFP) - O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, disse nesta terça-feira à diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) que o país vai cumprir com seus compromissos, mas pagará a dívida sem aplicar mais ajustes fiscais sobre uma sociedade já atingida pela recessão.
A equipe de Fernández entrou em contato com Kristalina Georgieva, a diretora-gerente do FMI. O Fundo concedeu à Argentina um crédito de 57 bilhões de dólares em 2018.
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Em Buenos Aires, a assessoria de imprensa de Fernández disse que ele tem "um plano sustentável" que permitirá crescer e honrar as obrigações que a Argentina tem com o Fundo e com os demais credores".
"Estamos assumindo um compromisso que possamos cumprir", disse Fernández, advertindo que não fará "mais ajustes fiscais porque a situação é de uma complexidade enorme" após um "nível de ajustes tremendo na era (do presidente Mauricio) Macri".
"É meu dever antecipar que na situação em que se encontra a economia argentina é difícil propiciar um ajuste maior".
Georgieva informou que teve uma conversa muito "construtiva" com o presidente eleito, cuja posse está prevista para o dia 10 de dezembro.
"Reafirmei a disposição do Fundo de colaborar com seu governo e trabalhar para abrir o caminho a um crescimento sustentável e à redução da pobreza. Concordamos em seguir mantendo um diálogo aberto para o bem dos argentinos", revelou Georgieva.
A dívida argentina cresceu de 52,6% do PIB em 2015, quando Macri tomou posse, para mais de 80% este ano, segundo números oficiais divulgados em junho.
A economia está em recessão desde o segundo trimestre do ano passado, com um forte aumento da pobreza, inflação, desemprego e falências.
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